Em discurso realizado hoje (20), durante a cerimônia de abertura da XII
Reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento – Unctad, em Gana, o presidente Lula não poupou
críticas aos países que fazem uso de subsídios no setor da agricultura.
Para fortalecer os agricultores locais, muitos países concedem
benefícios econômicos que tornam os respectivos produtos mais
competitivos no mercado internacional.
"Os subsídios milionários pagos pelos tesouros dos países ricos são
como uma droga que entorpece e vicia seus próprios produtores, mas
cujas maiores vítimas são os agricultores das nações mais pobres",
disparou Lula.
Lula também disse que é preciso ficar alerta contra o que chamou de
"tentação de países ricos" em realizar barreiras econômicas para
impedir a expansão do comércio dos países em desenvolvimento.
Mais cedo, Lula participou do lançamento oficial do escritório regional
da Embrapa na África, sediado em Acra, capital ganense.
"Não faltarão aqueles que dirão que este escritório é pequeno. Que a
iniciativa é modesta. Eu, de minha parte, prefiro pensar nesta presença
brasileira como uma primeira semente de algo que vai crescer e se
expandir, gerando frutos para todo o Continente", avaliou Lula para em
seguida ressaltar a importância dos africanos para a cultura brasileira.
"Quando, em 2003, decidimos priorizar a relação com o continente
africano nós fomos muito criticados no Brasil. Afinal de contas, o
Brasil estava subordinado a uma relação prioritária com a Europa e os
Estados Unidos, e nós entendíamos que o Brasil precisaria redescobrir a
África. O Brasil tem dívida histórica com o continente africano. Os
africanos livres foram escravos no meu País. Mas, em compensação, o que
é o povo brasileiro hoje se deve muito à maior imigração forçada da
história da humanidade. O povo brasileiro deve aos africanos a sua cor,
a sua alegria, a sua dança e grande parte da nossa cultura". (Erich
Decat)
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