sexta-feira, 23 de maio de 2008

Fw: Para Lula, Unasul vai mudar tabuleiro do poder

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Ao abrir a cerimônia que marcou a criação da União das Nações
Sul-americanas (Unasul), em Brasília, o presidente Lula voltou a
criticar o protecionismo dos países ricos e a destacar que os países da
região terão papel de protagonista na solução da crise de alimentos por
constituírem uma tradicional fronteira agrícola.

"Temos consciência de nossas responsabilidades globais. Mas não abrimos
mão de exercê-las de forma totalmente soberana", declarou. "Quando a
escassez de alimentos ameaça a paz social em muitas partes do mundo, é
na nossa região que muitos vêm buscar respostas", acrescentou,
referindo-se às críticas internacionais à produção do etanol no Brasil.

O presidente defendeu o estreitamento das relações econômicas entre os
países sul-americanos como instrumento de combate às desigualdades
sociais. "Mais de 300 milhões de homens e mulheres se beneficiam hoje
de uma excepcional fase de crescimento econômico e de programas de
inclusão social", afirmou.

Lula convidou os países caribenhos a ingressarem na Unasul e destacou
aqueles pontos que, na opinião dele, devem fortalecer a integração da
região: infra-estrutura, energia e indústria.

"Uma América do Sul unida mexerá com o tabuleiro do poder no mundo. Não
em benefício de um ou outro de nossos países, mas em benefício de
todos", disse, ao comemorar a assinatura do Tratado Constitutivo da
União Sul- americana de Nações.

O presidente também defendeu a realização de um novo encontro entre os
chefes de Estado da região, já no segundo semestre, para se detalhar o
funcionamento do Conselho Sul-Americano de Defesa.

Lula saiu em defesa dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da
Bolívia, Evo Morales, ao ressaltar que a América Latina vive um momento
especial com o florescimento da democracia em todos os seus países e
criticou aqueles que, segundo ele, pretendem ver "instabilidade" na
região.

"A instabilidade que alguns pretendem ver em nosso continente é sinal
de vida, especialmente vida política. Não há democracia sem povo nas
ruas", afirmou.

Ao todo, 12 chefes de Estado participam da reunião, que está sendo
realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
(Edson Sardinha)

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