sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Líder do Psol defende taxação de grandes fortunas

Líder do Psol defende taxação de grandes fortunas
Diógenis Santos
Luciana: "É preciso buscar mecanismos de distribuição de riqueza e esse
imposto [sobre grandes fortunas] é um deles." A líder do Psol, deputada
Luciana Genro (RS), afirmou que o partido buscará regulamentar a
taxação sobre as grandes fortunas, imposto inscrito na Constituição
Federal e que até hoje não está sendo cobrado por não ter sido
regulamentado. Ela lembrou que 0,01% das famílias no Brasil concentram
mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB). "É preciso buscar
mecanismos de distribuição dessa riqueza e esse imposto é um deles",
acrescentou.

Em entrevista ao Programa Palavra Aberta, da TV Câmara, a líder
defendeu uma reforma tributária que contribua para a distribuição de
riqueza no País, além de maior transparência nos gastos públicos e do
combate à corrupção.

Guerra fiscal
Para o líder do Psol, a "reforma não pode servir apenas para
simplificar o sistema e acabar com a guerra fiscal entre os estados,
ainda que esses sejam objetivos corretos". Apesar de corretos, tais
objetivos "são insuficientes", enfatizou.

A deputada ressaltou que o sistema tributário brasileiro "é
extremamente injusto, pois coloca uma carga excessiva sobre os
trabalhadores, pobres, assalariados e a classe média, uma vez que taxa
de forma muito mais dura o consumo e a renda do salário e de forma
muito mais branda a propriedade e a riqueza".

Luciana Genro explicou que "as famílias que consomem tudo o que ganham
acabam pagando mais impostos do que aquelas que acumulam propriedades e
riqueza".

A parlamentar afirmou ainda que o partido defende a correção da tabela
do Imposto de Renda e mudanças nas alíquotas, "diminuindo cobrança de
quem ganha menos e aumentando para quem ganha mais".

Transparência
Apesar de admitir que "há um grau razoável de transparência com a
publicação dos gastos dos parlamentares pela internet", a líder pediu
maior transparência sobre o uso das verbas indenizatórias, com a
publicação dos documentos comprobatórios apresentados pelos deputados.
Para ela, "há uma legítima desconfiança sobre essas prestações de
contas, se são corretas, se as notas não são frias".

Luciana Genro destacou a importância dos recursos para os parlamentares
do Psol, uma vez que o partido não tem financiadores privados.
"Procuramos dar satisfações à população sobre esse dinheiro que é
público e que consideramos adequado para financiar os trabalhos de cada
deputado, mas que precisa ser muito bem utilizado", defendeu.

Pequena bancada
Segundo a parlamentar, a pequena bancada - três deputados - e o viés
ideológico dos demais partidos oposicionistas, especialmente PSDB e
DEM, contrário ao do Psol, complicam a tarefa. Ela ressaltou que o
partido não compactua com os caminhos trilhados pelo Governo Lula por
considerá-los "opostos aos que a esquerda sempre defendeu". "Ficamos
entre o mar e o rochedo, com o PT de um lado, o PSDB e o DEM de outro",
avaliou.

A deputada disse acreditar "que o partido está obtendo um sucesso
grande, especialmente considerando o tamanho da bancada". Ela afirmou
que o Psol tem conseguido se firmar como oposição ao exigir a
investigação das denúncias que têm sido feitas ultimamente, além da
punição para os parlamentares envolvidos e o combate aos acordos que
beneficiam alguns.

Depois de citar o afastamento do senador Renan Calheiros, ex-presidente
do Senado, como uma "vitória importante", ela ressaltou que os
episódios de corrupção se repetem, tanto no Governo Fernando Henrique,
quanto no Governo Lula. "Vamos combater esse acordo histórico entre PT
e PSDB de proteção mútua quando ambos estejam envolvidos e contamos
também com a participação da mídia na fiscalização desses temas",
argumentou.

Dívida Pública
Quanto à abertura de uma CPI sobre a Dívida Pública, a líder do Psol
contestou as afirmações do governo - feitas, segundo ela, no mesmo dia
em que o partido concluiu a coleta das assinaturas para a CPI - de que
o Brasil deixou de ser devedor para ser credor internacional.

A parlamentar afirmou que a dívida externa foi transformada em dívida
interna, por isso diminuiu, e o Brasil continua pagando as taxas de
juros mais altas do mundo. "A Constituição Federal também prevê
auditoria da dívida externa e interna, para ver o que realmente ainda
se deve", resumiu. Ela lembrou que a idéia da CPI nasceu na legislatura
passada, sob a justificativa de que "o povo deve decidir se devemos
continuar sacrificando o País para pagar essa quantidade enorme de
juros ao capital financeiro".

O "Palavra Aberta" foi ao ar na manhã desta quinta-feira e será
reapresentado às 22 horas.

Como sintonizar a TV Câmara
A TV Câmara pode ser sintonizada no canal 27 em UHF no Distrito Federal
e nos canais 14 da NET (no DF), 113 da Sky Net, 16 da TECSat, 235 da
Direct TV, 67 da TVA (grande São Paulo) e por antena parabólica em todo
o País. Na internet, pode ser assistida ao vivo no endereço
http://www.tv.camara.gov.br

*Matéria atualizada às 18h04.

Notícias anteriores:
Psol propõe criação de CPI para dívida pública
Oposição diz que vai colaborar com reforma tributária
Rands quer entendimento entre PT, governo e oposição
Osmar Serraglio avalia trabalhos de CPIs como positivos

Reportagem - Cristiane Bernardes
Edição - Regina Céli Assumpção --
http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=117874


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