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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou hoje (16) a adoção de um selo de eficiência para automóveis. A partir de outubro, os carros zero quilômetro terão um selo que indica o nível de emissão de CO2 na atmosfera. A intenção é incentivar o consumo consciente e estimular as industrias a produzirem automóveis que poluam menos.
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira, no Congresso Nacional, durante o lançamento da Plataforma Ambiental aos Municípios, uma agenda de proposições ambientais destinadas aos governos locais, candidatos a prefeito e vereador. Pelo projeto, denominado "Etiquetagem Veicular", os automóveis trarão um selo indicando o consumo do carro.
Segundo a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, com esse "selo verde" será possível distinguir quais carros consomem menos e, conseqüentemente, poluem menos. "Na medida em que o consumidor começa a ter conhecimento e pressionar para que os veículos poluam menos, as montadoras vão dar respostas mais eficentes", explica Suzana.
Além do selo ambiental, Minc falou ainda sobre o “pacto ambiental” entre governo e bancos públicos e privados. A partir de 1º de agosto, os bancos poderão conceder financiamentos para empreendimentos não-sustentáveis ambientalmente. Segundo Minc, as empresas que comprovarem a sustentabilidade ambiental terão acesso a financiamentos a juros mais baixos.
O ministro defende que enquanto for mais viável economicamente, proprietários de terra e empresários continuarão optando pelo desmatamento. “Hoje é mais barato desmatar do que preservar uma área”, argumenta Minc.
Plataforma
A Plataforma Ambiental traz diretrizes e princípios para orientar políticos e eleitores quanto a ações ambientais. O documento mostra orientações para estabelecer políticas que beneficiem a agricultura familiar, a proteção aos animais, o turismo sustentável, qualidade de habitação e outras áreas.
“Não fizemos uma plataforma ambientalista, destinada só para aqueles que abraçam árvores. Se o cara [político] gosta de turismo, que invista no turismo ambiental”, destaque o presidente da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, entidade responsável por elaborar a plataforma.
O documento é elaborado desde as eleições de 1989. Durante esses quase 20 anos, a SOS Mata Atlântica lançou outras cinco plataformas com diretrizes mínimas para ações ambientais. A última, Plataforma Ambiental aos Municípios, publicada em 2004, fornecia os instrumentos básicos para o cidadão exigir dos políticos o cumprimento de ações ambientais.
“A novidade agora é que da elaboração dessa plataforma participaram pessoas da sociedade civil e os próprios eleitores poderão cobrar dos candidatos que cumpram uma agenda ambiental”, explica Mantovani.
Compromisso
A plataforma ambiental foi feita em conjunto com a Frente Parlamentar Ambientalista, Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Instituto Brasileiros de Administração Municipal (Ibam) e pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Durante a reunião desta quarta-feira, deputados se comprometeram a cobrar de prefeitos e vereadores de seus estados o cumprimento de uma agenda ambiental. Na avaliação do presidente da Frente, deputado Sarney Filho (PV-MA), o governo “deve ter mais coragem para assumir uma posição" sobre biomas como a Amazônia. “Temos que decidir: ou queremos uma Amazônia preservada, ou queremos uma Amazônia economicamente explorada. Até que ponto a Amazônia pode ser utilizada para atividades econômicas? É preciso definir”, defendeu Sarney. (Renata Camargo)
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