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Presente à tumultuada discussão de hoje (9) no plenário do Senado, sobre a suposta truculência da Polícia Federal (PF), Heráclito Fortes (DEM-PI) assistia a tudo tensa e atentamente. Aliado de Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, Heráclito subiu à tribuna e negou envolvimento em qualquer movimentação financeira irregular com o banqueiro, preso ontem (8) pela PF juntamente com o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Investigações da Operação Satiagraha, da PF, revelaram atos de corrupção que teriam operado um bilionário esquema de lavagem de dinheiro encabeçado por Daniel Dantas e Naji Nahas, com apoio político de Celso Pitta. Diante das implicações da operação e da menção ao seu nome, Heráclito subiu à tribuna para se defender.
"Um jornalista da Folha de S.Paulo me ligou e disse que há um indício de um depósito meu no paraíso fiscal [lhas Cayman, sede do fundo de investimentos Opportuniy Fund], na conta do Opportunity. Desafio qualquer um que prove uma ligação minha [com o esquema]”, discursou o senador.
De acordo com matéria publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, Heráclito disse que estava sendo seguido e monitorado pela PF, e acusou o PT de estar por trás da suposta perseguição. "Na semana passada, esse pessoal, o que eu já desconfiava, foi ver um terreno meu aqui em Brasília. Subiram no muro, chamaram um rapaz do posto de gasolina para saber informações sobre mim", afirmou Heráclito ao jornal paulista.
O senador questionou o pedido de prisão do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), que teve seu nome mencionado nas investigações da PF, e criticou o fato de só terem sido presos os acusados de envolvimento com o Opportunity. “Onde estão os outros que participaram?”, indagou, referindo-se aos “aloprados” ligados ao governo Lula.
Heráclito reagiu também ao fato de que jornalistas supostamente insistem em sua ligação com o banqueiro Daniel Dantas. “Não vou mais me irritar com a imprensa. É melhor do que ser amigo dele do que de Waldomiro [Diniz, ex-assessor de José Dirceu flagrado recebendo propina, nos primeiros lances do mensalão], ou dos aloprados. Não aceito insinuações”, concluiu o senador, dizendo que o governo tem de “parar com essa mania de estar no banco dos réus querendo companhia” e garantindo que apresenta carta de renúncia se ficar comprovado seu envolvimento com as irregularidades. (Fábio Góis)
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