A briga entre o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Marco Aurélio Mello ganhou mais um capítulo hoje (20) –
ao menos de forma velada e por parte apenas do ex-metalúrgico. Em
viagem a Nova Iguaçu (PR) para assinar contratos de obras do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula não mencionou nominalmente o
ministro, mas remeteu ao episódio do programa Territórios da Cidadania
– criticado por Marco Aurélio – ao dizer ser "cretinice verbal" as
acusações de que os lançamentos de obras do PAC são eleitoreiros.
Em visita ao Parque Tecnológico de Itaipu, o presidente tentou
desqualificar as críticas dizendo que, se fosse para o governo fazer
uso eleitoreiro das obras em ano de eleições municipais, não faria
assinatura de convênios com adversários políticos. Ele citou os
convênios da ordem de R$ 8 bilhões firmados com o governador de São
Paulo, o tucano José Serra – para citar um rival presidenciável.
Além da parceria com o governo paulista, outros três convênios foram
acertados pelo governo federal com mandatários do PSDB: Aécio Neves
(Minas Gerais), Yeda Crusius (Rio Grande do Sul) e Cássio Cunha Lima
(Paraíba). Lula lembrou ainda do convênio firmado com a prefeitura de
São Paulo, administrada por Gilberto Kassab (DEM), no valor de R$ 1,1
bilhão. O presidente enfatizou que continuará visitando estados ou
municípios comandados por adversários, explicando que não importa a
bandeira de comando, mas sim a demanda por obras de desenvolvimento
apresentadas por cada região.
Além de alfinetar críticos internos, Lula voltou as cargas para o
exterior. Ele disse que, atualmente, o Brasil não depende de só um
país, numa referência óbvia aos Estados Unidos. Lula disse que, nos
últimos anos, o Brasil diversificou muito os destinos e os produtos das
exportações, alcançando uma solidez nas relações comerciais
internacionais. (Fábio Góis)
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