O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o
principal problema na relação do Brasil com o Equador foi a forma como
o governo equatoriano se comportou. Segundo ele, a atitude de recorrer
a um tribunal externo sem nunca ter enviado nenhum comunicado oficial
ao Brasil questionando os termos do contrato com o BNDES "surpreendeu e
preocupou o governo brasileiro".
O governo do Equador recorreu à Câmara de Comércio Internacional de
Paris pedindo a suspensão do pagamento de empréstimo obtido no BNDES
para a construção de uma hidrelétrica pela empreiteira brasileira
Norberto Odebrecht, em razão de problemas ocorridos na obra.
Além do problema não-pagamento da dívida em si, o ministro citou o
efeito que a decisão pode provocar no sistema de avaliação de risco dos
países para definição de empréstimos internacionais. Ao deixar de pagar
o empréstimo, o Equador aumenta seu risco-país e, indiretamente, o de
todos os países da América do Sul.
O ministro defendeu a política do governo de conceder empréstimo a
outros países para financiar exportações de bens e serviços de empresas
brasileiras. Ele deu três razões: disse que os créditos ajudam as
exportações de bens e serviços; ajudam o desenvolvimento econômico e
social desses países, o que garante a paz e continente e que continuem
comprando do Brasil; e permite a integração física da América do Sul,
porque a maioria dos projetos é da área de infra-estrutura.
O ministro terminou sua exposição e, neste momento, está sendo
questionado por deputados. Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse ter ficado
preocupado com a informação dada pelo ministro de que o saldo comercial
do Brasil com os países da América do Sul foi de 13,5 bilhões de
dólares em 2007. Segundo Rebelo, enquanto não houver um equilíbrio no
comércio entre o Brasil e os vizinhos, haverá situações de
ressentimento. Ele sugeriu que haja aumento no volume do comércio, mas
com diminuição da vantagem do brasil.
A audiência pública está sendo promovida pelas comissões de Relações
Exteriores e de Defesa Nacional; de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Desenvolvimento Econômico,
Indústria e Comércio, no plenário 3. O ministro foi convidado para para
discutir o banimento da fabricação e utilização das chamadas bombas de
dispersão.
* Matéria atualizada às 15h28
Leia mais:
Começa audiência pública com ministro das Relações Exteriores
Ministro debate posição brasileira sobre bombas de fragmentação
Reportagem - Cristiane Bernardes
Edição - Wilson Silveira --
http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=129344
--
Linux 2.6.28-rc6: Killer Bat of Doom
http://u-br.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário