sexta-feira, 8 de junho de 2012

Deputada Cidinha Campos ameaça bater em padre ao vivo

URL: http://www.implicante.org/blog/deputada-cidinha-campos-ameacou-bater-em-padre-ao-vivo/


por Flavio Morgenstern

A deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) mostrou essa semana seu comportamento estrambólico: apesar de se orgulhar de “nomear” um deputado por “canalha, vagabundo” e ironizar o blogueiro político Ricardo Gama, que sofreu um atentado recente, com frases como “Ele falava melhor porque não tinha tomado os 5 tiros ainda” ou que o blogueiro “toma três tiros na cabeça e não toma vergonha na cara” – frases proferidas do púlpito da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro – resolveu processá-lo por fazer o mesmo que ela faz.

Coroando o bolo cerejosamente, Cidinha avisou pelo Twitter que vai processar ainda o blogueiro Dâniel Fraga, por também fazer em vídeos no Youtube o mesmo que ela faz na Assembléia Legislativa e em cadeia nacional numa TV estatal. Porém, Cidinha foi bem além: antes de agir pelos meios legais, divulgou dados do blogueiro pelo Twitter. É uma atitude que ultrapassa um tanto as raias da civilidade: por que expor um desafeto a tantos riscos? Será que a imunidade parlamentar é “justificativa” suficiente? Por que uma pessoa investida do poder público tem tanta facilidade assim em encontrar dados pessoais de seus adversários?

Escavando um pouco a atuação de Cidinha Campos, vemos que a crítica que Dâniel Fraga faz – entre a desproporção do que um político pode fazer, e do que um cidadão pode fazer, se um político pode xingar em cadeia nacional e um cidadão não pode responder em um vídeo no Youtube – é válida não apenas para as últimas atuações de Cidinha.

Além de já ter saído de um programa por brigar com a copeira que fazia o café e ainda reclamar disso em sua carta de demissão, cenas flagrantes do desequilíbrio entre o que pode e o que não pode são constantes no modus operandi de Cidinha.

Em seu programa, também vemos Cidinha ameaçando bater num padre por este, num batizado, se perguntar se o traficante Nem tem alma, e também perguntar se Lula a tem. Não foi uma comparação, como Cidinha afirmou – ainda que sejam dois exemplos desnivelados. Cidinha se irritou – mas não seria de uma brizolista ortodoxa que se esperaria ver um chilique de tal magnitude na escala Richter: o deputado Brizola Neto, do mesmo PDT de Cidinha, hoje alçado a ministro, também publicou textos em seu blog com afirmações sobre o então candidato José Serra do porte de “é a mente de quem se entregou de corpo e alma, se é que este sujeito tem uma“. Como responder a isso?

A reação de Cidinha, no caso, foi Cidinha em estado puro:

“Comigo o negócio é mais embaixo, hein padre? Se me esculachar na missa, eu vou aí e cubro de porrada. Eu cubro de porrada mesmo, se ele é capaz de falar isso do Lula, imagina o que não é capaz de falar de mim. (…) Se me esculachar, vou aí, padre. Tô avisando.

Não queiram nem imaginar o que aconteceria se um neto de Brizola publicasse coisa parecida com o que o padre disse num blog oficial, ou mesmo os típicos despautérios de uma Cidinha Campos, e alguém em réplica se irritasse e afirmasse: “Se me esculachar, eu vou aí e te cubro de porrada” para qualquer um dos dois. A resposta é óbvia demais.

Vejam com seus próprios olhos:

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Flavio Morgenstern é redator, tradutor e analista de mídia. Está na dúvida se é pior tomar processo ou umas porradas de Cidinha Campos. No Twitter, @flaviomorgen

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