domingo, 28 de agosto de 2011

Como evoluí e cheguei à Escola Austríaca de Economia

URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1086


ubiratan.jpgQuando aceitei o desafio proposto por meu amigo Helio Beltrão, presidente do Instituto Mises do Brasil, para publicar um segundo livro sobre a Escola Austríaca de Economia, três pensamentos assomaram de relance à superfície do tonel onde estão arquivadas minhas lembranças.

O primeiro -- que procurei afastar imediatamente -- é que estou ficando velho...  De fato, já se vão dezesseis anos desde a publicação da primeira edição de Economia e Liberdade: a Escola Austríaca e a Economia Brasileira, pelo Instituto Liberal de São Paulo.  Mas, como tudo tem um lado bom, (omnia in bonum, como escreveu São Paulo) pensei imediatamente que, decorrido esse tempo e mais uns cinco ou seis anos desde que comecei a ler os austríacos, minha experiência e domínio sobre o assunto devem ter aumentado consideravelmente.  Felizmente, o tempo também joga a favor, especialmente para quem é acadêmico...

A segunda lembrança foi de quando -- já sendo um economista com alguns anos de doutorado e com razoável experiência de ensino e de mercado -- Og Leme e Donald Stewart Jr. me apresentaram à Escola Austríaca de Economia, com o reforço de peso, meses depois, de Roberto Campos.  À memória dos três credito o fato de terem instigado minha curiosidade, o que me transformou, já nas primeiras páginas de Ação Humana, de Mises, de um monetarista ex-aluno de Alan Meltzer e novo clássico devorador dos artigos de Robert Lucas e Thomas Sargent, em um austríaco

E a terceira foi efeito da segunda: muitos colegas passaram a me olhar intrigados, como se desejassem me perguntar algo como "o que aconteceu com você, Iorio"?  Confesso que algumas vezes senti que me consideravam como algo semelhante a um OVNI.  E desconfio até hoje que alguns devam ter pensado com seus botões em aconselhar-me a procurar um psiquiatra.  A vida de um economista austríaco, no mundo inteiro, definitivamente não é fácil, principalmente nos meios ditos acadêmicos...  Lembrei-me de que essas atitudes me incomodavam na época, mas que, há alguns anos, aprendi a aceitá-las com bom humor, a melhor atitude para quem sabe que eles, os críticos, não sabem bem do que estão falando, simplesmente porque não leram os austríacos...

Nenhum comentário: