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Em discurso no Palácio do Planalto, no início da tarde desta sexta-feira (6), o presidente Lula classificou como “lado podre da hipocrisia brasileira” e “falso moralismo” a legislação eleitoral que impede a assinatura de novos convênios com municípios para a realização de obras três meses antes das eleições.
Em meio ao lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula afirmou que perderá quase um ano de seu mandato sem poder fazer contratos para novas obras.
“A partir de julho, não poderemos assinar ordens de serviço, porque a eleição neste país, ao invés de consagrar a democracia, obriga quem governa a ficar um ano sem governar”, disse em discurso. “Por um falso moralismo deste país, se parte do pressuposto que um presidente ou governador assinar contrato com prefeito é beneficiar o prefeito. É o lado podre da hipocrisia brasileira que faz você parar por um determinado tempo porque causa suspeição”, criticou Lula.
Roda gigante
Em seu discurso, o presidente Lula comparou o Programa de Aceleração do Crescimento a uma “roda-gigante”. “O PAC é exatamente essa roda-gigante que não pode parar de girar. Ela tem que girar alguns seguidos anos para que o Brasil consagre a possibilidade de fazer reparação com os pobres deste país. Porque quando a gente analisa uma pessoa que mora em uma palafita, ou que mora em uma favela, nós só sabemos dizer ‘coitadinho, mora mal’. Passa perto da casa dele, três meses antes das eleições. Depois, aquele lugar passa a ser um lugar inadequado para a gente voltar a visitar”, disse.
Lula defendeu que os convênios firmados para as obras do Programa de Aceleração independem de partido. “Eu duvido que tenha algo mais republicano do que o PAC. Eu duvido que algum prefeito, de qualquer partido, tenha sido preterido no seu projeto por conta de pertencer a alguma organização política diferente da minha”, disse.
Governadores
Segundo Lula, uma dos benefícios trazidos pelo PAC foi unir prefeitos e governadores em torno de obras para a sociedade. Em resposta a manchetes de jornais que afirmam que o governo federal privilegia aliados nos estados, Lula disse que tem assinado convênios em São Paulo, onde o governador é o tucano José Serra. “Fui a São Paulo assinar o PAC com o Kassab [prefeito pelo DEM], que não é meu aliado. E fui assinar o PAC com o Serra [governador pelo PSDB], que não é meu aliado”, justificou.
O presidente falou ainda da assinatura de projetos com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). “O Arruda é o mais esperto dos governadores. O Arruda, de vez em quando, pede audiência para mim. E vem agradecer a obra do PAC. Eu fico todo feliz. Aí ele pede um aparte e diz 'presidente, tem uns pedidos aqui'. E vai puxando as obras do PAC. E isso é que faz a roda-gigante do PAC não parar de girar”. (Renata Camargo)
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