segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Nem tinta antipichação livra a cidade da sujeira" - Jornal da Tarde | Rede Nossa São Paulo

A Prefeitura gastou R$ 9,2 milhões com pintura antipichação nos últimos
seis anos, mas a cidade continua pichada. Os rabiscos estão até mesmo
em símbolos da capital, como a Ponte Estaiada Octavio Frias de
Oliveira, na zona sul, e no Minhocão, centro. Isso porque as estruturas
que receberam o verniz especial contra os sprays, que facilita a
retirada da tinta, precisam de limpeza, o que não tem sido feita de
forma efetiva. A Prefeitura afirma que faz manutenção.

"Após a aplicação do verniz, é necessária a manutenção. O que
percebemos é que o Metrô se preocupa mais com isso e é mais ágil. A
Prefeitura é mais lenta", diz Alberto Pereira, sócio gerente da MAP
Concreto, que aplicou o material na ponte e em linhas do Metrô.

Moradores e especialistas consideram que a fiscalização para combater
esse crime tem sido ineficiente. Para quem vive em locais que são focos
de pichação, sobram impotência e indignação. "Gostaria de ver grafites
bonitos e não essa sujeira. O ideal é que houvesse limpeza constante",
diz a aposentada Maria do Carmo Rocha, de 64 anos, que mora perto do
Minhocão.

Os 92 pilares de sustentação do elevado foram pintados com tinta
antipichação entre o final de 2010 e o começo deste ano, totalizando 15
mil metros quadrados de área. Entretanto, a maioria das vigas já foi
alvo dos pichadores. "Não adiantou nada. Logo depois vieram e
picharam", afirma a lojista Nair Tancredo, de 59 anos, que trabalha em
frente ao elevado.

Para ela, a falta de limpeza por parte da Prefeitura estimula o
aparecimento de mais inscrições. A arquiteta e urbanista Lucila
Lacreta, diretora do Movimento Defenda São Paulo, concorda que os
traços dos pichadores degradam o ambiente, desvalorizam o entorno e
geram insegurança. "Dá a impressão que a autoridade se omitiu. Parece
ausente e permite que esse tipo de atividade continue."

Segundo a Secretaria Municipal de Coordenação de Subprefeituras,
responsável pela pintura e manutenção, pichação é crime e "cabe à
polícia fiscalizar".

O capitão Sérgio Marques, porta voz da PM, explicou que os infratores
acabam se aproveitando da escuridão e do pouco movimento nas ruas à
noite. "Quando a PM se depara com uma situação dessa leva o pichador
para uma delegacia onde assina um termo circunstanciado. Ele não é
preso e comparece em juízo onde a pena é revertida para uma ação
comunitária."

A lei prevê pena de detenção de três meses a um ano e multa. Como são
penas baixas – por crimes considerados de pouco potencial ofensivo –
acabam revertidas em serviços sociais.

O Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) informou que
há três delegacias especializadas na investigação de crimes contra o
meio ambiente, que incluem pichação, mas os casos podem ser registrados
e investigados pelo distrito policial da área onde o fato ocorreu. Há
60 ocorrências de pichações sendo apuradas pelo DPPC na capital.

A Prefeitura diz que entre 2005 e o mês passado, 14,4 milhões de metros
quadrados de equipamentos públicos receberam pintura antipichação. Cada
subprefeitura tem oito equipes para cuidar das áreas que sofrem
depredação.

Como comparação, o gasto da Prefeitura em seis anos com produtos
antipichação daria para fazer cerca de quatro creches. :: --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/17219


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