até sete pontos na carteira, estarão na mira de marronzinhos
Renato Machado e Caio do Valle - O Estado de S.Paulo
O motorista que invadir a faixa ou colocar os pedestres em perigo na
região central de São Paulo será multado em até R$ 191,53 a partir de 8
de agosto. Essas infrações estão previstas no Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), mas na prática são ignoradas na capital e em outras
cidades. A data para o início da fiscalização coincide com a
comemoração do Dia do Pedestre.
A aplicação de multas é a terceira etapa da campanha lançada no dia 11
de maio para aumentar o respeito aos pedestres. A região central e da
Avenida Paulista foi escolhida para ser a primeira com maior
fiscalização justamente porque foi a pioneira em receber a Zona de
Máxima Proteção ao Pedestre (ZMPP) - área com ações educativas,
orientadores contratados (os chamados "mãozinhas) e agentes treinados
da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). "Os motoristas nessa área
estão mais preparados", diz a superintendente de Educação e Segurança
de Trânsito da CET, Nancy Schneider. Os "marronzinhos" estão sendo
treinados e vão receber uma cartilha com os comportamentos ideais de
motoristas e pedestres.
A fiscalização vai focar três enquadramentos do código: não dar a vez
aos pedestres sobre a faixa de segurança, não esperar as pessoas a pé
terminarem de atravessar uma rua (mesmo que o semáforo para carros já
esteja aberto) e não dar a preferência aos pedestres quando o motorista
vira em uma rua transversal.
Os dois primeiros casos são infrações gravíssimas, com multa de R$
191,53 e perda de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação. A
última é infração grave, com multa de R$ 127,69 e rende 5 pontos na
CNH. A CET também afirma que vai intensificar a fiscalização contra
motoristas que não dão seta ao entrar em uma rua e contra quem para
sobre a faixa, quando o semáforo fecha.
A reportagem do Estado esteve ontem em dez cruzamentos da região
central (15 minutos em cada um). Foram verificadas nesse período 124
infrações. O ponto mais problemático foi o cruzamento das Ruas
Riachuelo e Quintino Bocaiuva, onde a CET faz trabalho educativo pela
manhã. Foram 37 infrações - praticamente uma a cada 30 segundos. "Pela
manhã, com a CET, todos respeitam. Mas à tarde, os motoristas não
querem nem saber", disse a servidora pública Lissandra Cremonti, de 34
anos.
Nova York. Técnicos da CET estiveram em Nova York para verificar as
práticas positivas para reduzir atropelamentos. Uma das ações que se
pretende adotar - embora em um futuro distante - é mudar o conceito dos
semáforos para pedestres. Ao contrário do Brasil, a cidade americana
usa o verde como um tempo não muito longo, que indica que os pedestres
podem começar a travessia. O vermelho piscante é bastante prolongado e
significa que as pessoas a pé não podem começar a atravessar, mas as
que já começaram a travessia podem chegar do outro lado, sem correr. No
vermelho, fica proibido atravessar. --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16597
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