quinta-feira, 28 de julho de 2011

"15 mil árvores não foram plantadas" - O Estado de S.Paulo | Rede Nossa São Paulo

Realidade contradiz projeto de 2009, que previa grande vegetação na
Nova Marginal

Paulo Saldaña e Renato Machado - O Estado de S.Paulo

A propaganda apresentada pelo governo no lançamento da Nova Marginal,
em 2009, indicava que a via não ganharia apenas pistas e pontes. Ela
também ficaria mais arborizada e teria vasta vegetação nos canteiros
entre as pistas. Bem diferente do cenário atual: até agora, mais de 15
mil árvores previstas na compensação ambiental ainda não foram
plantadas e muitas das novas mudas são apenas galhos secos.

Ao todo, o governo do Estado deveria garantir o plantio de 83 mil mudas
- ao longo da Marginal, nas áreas das subprefeituras cortadas pela via
e também em uma estrada-parque nas várzeas do Tietê. O custo da
compensação é de R$ 182 milhões. A Dersa, responsável pela obra, afirma
que 67,5 mil já foram plantadas.

No entanto, mais ou menos 13 mil mudas morreram, o que representa quase
20%. Ao longo da via, nos canteiros, é possível ver muitas árvores que
não vingaram. Essa situação é verificada desde o início da obra, em
2009, e ambientalistas chegaram a apontar que o plantio não estava
respeitando a "cura" - período de um cuidado maior com as mudas para
que vingassem.

"É a comprovação das suspeitas que todos tinham antes da obra: o que
interessa é inaugurar rapidamente e todo o restante previsto acaba
virando firula", disse o urbanista e professor da Universidade de São
Paulo (USP) João Sette Whitaker Ferreira. Ele acrescenta que as
compensações e intervenções não diretamente ligadas ao funcionamento da
obra não são tratadas com a devida seriedade. "São coisas trabalhosas,
que não têm retorno de publicidade imediato. Por isso, caem no
esquecimento depois da inauguração."

A compensação ambiental é parte importante ainda das exigências feitas
pelas autoridades ambientais para obras de grande porte. No caso da
Marginal, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente é quem fez a
avaliação do estudo e do relatório da Dersa e emitiu as exigências para
a obtenção das licenças ambientais. A última é a licença de operação -
teoricamente, um empreendimento não poderia começar a funcionar sem
esse documento. A pasta informou que essa licença só será emitida após
a conclusão das obras e atendimento de todas as exigências.

Pedestres. As exigências para que a Dersa conseguisse licenças para a
obra também previam projetos para melhorar acesso de ciclistas e
pedestres, principalmente às pontes, além de melhora das calçadas. A
realidade mostra que os pedestres precisam se aventurar na Nova
Marginal e não há previsão de melhoria - ainda que haja pontos de
ônibus em algumas alças de pontes.

"Quanto à questão das travessias para pedestres e bicicletas, que
deverão ser implementadas na Freguesia do Ó, Santos Dumont, Casa Verde
e junto ao Parque Villa-Lobos, o empreendedor ainda não apresentou os
projetos", informou a Secretaria do Verde. --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16651


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