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Publicado em: 18/07/2011 - 15:12
Vila Nova Esperança, com 450 famílias, é um exemplo da expansão desse
tipo de moradia para as fronteiras de SP
Operações urbanas também ajudam a tirar moradias precárias de regiões
mais bem estruturadas da capital
DE SÃO PAULO
A Vila Nova Esperança é um bom exemplo das favelas conurbadas na
metrópole: metade em São Paulo, metade em Taboão e na fronteira com
Osasco e Cotia.
O núcleo, hoje com 450 famílias, surgiu nos anos 1970, como uma pequena
ocupação, mas cresceu atraindo gente das áreas centrais sem casa e
dinheiro.
Sem água encanada, energia elétrica e esgoto, a favela só não virou
"terra de ninguém" porque quem vive ali assumiu a gestão, diz Maria de
Lourdes Andrade de Souza, a Lia, líder dos moradores, há sete anos na
favela.
Com as prefeituras de São Paulo e Taboão os moradores não conseguem
muita coisa porque a ocupação é alvo de ação do Ministério Público, que
afirma que ela afeta o parque Tizzo, área protegida.
"A vila parece que é veneno para a mata, mas os condomínios de luxo
devem ser vitamina", diz Lia, se referindo aos condomínios existentes,
em planejamento ou em construção nas imediações.
Além da expansão imobiliária motivada pelo bom momento da economia, o
fim das favelas em regiões mais estruturadas cresce também com as
operações urbanas -ações da prefeitura para requalificar áreas da
cidade.
Só a Operação Urbana Água Espraiada vai remover 16 favelas da região da
avenida Jornalista Roberto Marinho -10 mil pessoas. O município oferece
indenização ou uma bolsa-aluguel enquanto não houver moradia.
Para Jupira Cauhy, que liderou movimento contra a remoção na favela do
Sapo, na Barra Funda, os valores são baixos. "Com R$ 300 mensais não dá
para alugar nada. Muitas famílias tiveram que ir para muito longe."
Na última década, a capital ganhou 62 favelas, sendo 39 delas nos
extremos sul e leste da cidade, as regiões socialmente mais
vulneráveis. O recorde foi na década de 1970, quando surgiram 558.
Há 389,6 mil moradores de favelas. Cinco distritos da zona sul lideram
o ranking, com quase metade dessa população (177,2 mil).
A prefeitura promove intervenções hoje em 54 dessas áreas (82,8 mil
pessoas) por meio do seu principal projeto, o Programa de Urbanização
de Favelas. Já o Programa Mananciais, em parceira com o Estado,
urbaniza outras 81, com 61 mil famílias.
A meta é transformar favelas e loteamentos irregulares em bairros, com
ruas asfaltadas, saneamento básico, iluminação e serviços públicos.
No caso de áreas de risco, o Programa Mananciais prevê também a remoção
e o reassentamento de famílias. Às subprefeituras cabe o monitoramento
das áreas para evitar novas ocupações. --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16577
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