URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1527
A questão do salário mínimo é uma que me abala de maneira muito peculiar, e não é por causa de algum livro de economia que já li. Trata-se de um assunto cujas consequências vivenciei de maneira muito intensa. O primeiro emprego real que tive foi em uma loja de departamentos. Eu fazia os serviços de manutenção. Eu tinha 15 anos (sim, eu menti a minha idade para conseguir o emprego; naquela época, você podia fazer isso; o governo ainda não nos amava tanto a ponto de nos impedir de trabalhar). Meu trabalho era limpar as latrinas, amassar as caixas de sapatos e roupas, recolher alfinetes e broches dos provadores, encerar o piso da seção de louças, aspirar todo o recinto, e limpar os vidros.
Era um trabalho fantástico. Para mim, era realmente grandioso. E eu adorava esta minha função porque a considerava extremamente importante. Afinal, se eu não limpasse bem os banheiros e não repusesse as toalhas e o papel higiênico, os clientes do dia seguinte poderiam se sentir enojados e nunca mais voltariam ali. Desta forma, eu tinha um papel crucial em garantir a lucratividade daquela loja.
Em especial, eu adorava o meu colega de trabalho. Seu nome era Tad. Tad não era um garoto normal. Ele possuía algumas deformidades físicas. Seu rosto tinha um formato bastante esquisito e metade dele era coberto por uma enorme mancha, a qual eu jamais pude identificar o que era. Ele também tinha dificuldades de locomoção. Além de ajudá-lo a se locomover de um lado para o outro, eu tinha de selecionar cuidadosamente as tarefas que podia atribuir a ele. Ele também sofria de retardo mental. Ele falava de uma forma bem abafada e difícil de ser entendida, o que me obrigava ser extremamente claro em minhas instruções.
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