URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1524
Se um indivíduo chegou ao libertarianismo somente por causa de algum argumento ou evidência apresentado ontem por um intelectual pró-liberdade, ele pode, tão facilmente quanto veio, ir embora amanhã e voltar a defender a intervenção estatal com base em evidências e argumentos feitos por um intelectual anti-liberdade. Como certa vez disse John Maynard Keynes em uma resposta sagaz a alguém que lhe havia perguntado sobre seus instáveis e flutuantes pontos de vista, "Quando os fatos mudam, eu mudo minhas ideias. E o senhor, como age?".
Se os libertários decidirem defender a liberdade em termos unicamente consequencialistas, eles estarão nesta guerra para sempre. Embora seja possível aceitar esse panorama tendo por base o fato de que "o preço da liberdade é a eterna vigilância", esse tipo de batalha é profundamente desestimulante, uma vez que as forças contrárias à liberdade, as quais os libertários têm de enfrentar, possuem centenas de vezes mais tropas e milhares de vezes mais dinheiro para adquirir suas munições. Há vários e poderosos interesses corporativos e sindicais por trás de ideias intervencionistas e dirigistas, interesses estes que jamais abrirão mão de seus privilégios facilmente. Por outro lado, tão logo o libertário tenha persuadido alguém de que a interferência governamental é moralmente errada -- se não uniformemente, pelo menos em um determinado âmbito --, há uma probabilidade muito menor de esse convertido algum dia voltar a defender medidas estatais coercivas contra pessoas inocentes. O libertarianismo solidificado em pilares morais é muito mais forte e duradouro do que o libertarianismo construído sobre a areia movediça dos argumentos consequencialistas, os quais, por definição, são convincentes apenas enquanto os argumentos e as evidências visíveis do momento atual assim o fazem.
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