URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1528
Vários comentaristas da mídia observaram que utensílios de cozinha e outros aparelhos elétricos, bem como vários outros produtos, simplesmente parecem não durar tanto quanto duravam antigamente. Naqueles bons e velhos tempos, você ganhava um liquidificador de presente de casamento e, dali a vários anos, a sua filha ainda o utilizaria sempre que chegasse da faculdade. Nos dias de hoje, temos sorte se um liquidificador ou uma batedeira durarem alguns poucos anos. O mesmo parece ser válido para máquinas de lavar e secadoras, roupas e equipamentos eletrônicos, amoladores e cortadores de grama, e até mesmo imóveis. Nada dura o mesmo tanto ou possui a mesma robustez que antigamente.
Mas seria isso um argumento contra o mercado ou seria meramente um reflexo da preferência dos consumidores por valores (preços baixos, tecnologia de última geração, e várias outras amenidades) em detrimento da longevidade? Sugiro que seja esta última. Com a acentuada inovação tecnológica que vivenciamos, vários processos de produção se tornaram mais eficientes e, logo, mais baratos. Consequentemente, faz mais sentido substituir continuamente um produto do que criar um que dure para sempre. Você prefere um liquidificador de $200 que dure 30 anos ou um liquidificador de $10 que dure cinco anos? Aquilo que os consumidores preferem no longo prazo será aquilo que irá dominar o mercado.
A verdade é que aquilo que chamamos de 'alta qualidade do passado' não estava disponível para as massas com a mesma facilidade que está hoje. Automóveis, casas e alguns outros utensílios podiam até ser mais duráveis no passado, mas eram muito poucas as pessoas capazes de adquirir aqueles produtos, pois eles eram muito mais caros (em termos reais). Hoje, um mesmo produto está disponível para todas as classes sociais, sua qualidade variando exatamente de acordo com seu preço. Nada é mais inclusivo do que isso. Ademais, poder descartar o que está desgastado e quebrado é um sinal de crescente riqueza e prosperidade.
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