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A Petrobras divulgou na última sexta (03) o balanço do 2º trimestre de 2012, com prejuízo de R$ 1,346 bilhão. A empresa não apresentava resultado negativo desde 1999. Enquanto seus dirigentes culpam a desvalorização cambial, analistas do setor apontam para a gestão Lula-Gabrielli. Matéria da Folha de S. Paulo:
O prejuízo da Petrobras, o primeiro em 13 anos, é resultado de oito anos de desmandos e uso político da estatal, disparou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires.
“Agradeçam a Lula e [ao ex-presidente da Petrobras, José Sergio] Gabrielli, isso é resultado da gestão deles, do uso da Petrobras para controlar a inflação e da política de conteúdo nacional”, disse Pires à Folha.
A maior empresa do país anunciou hoje que no segundo trimestre teve prejuízo de R$ 1,3 bilhão, contra lucro de R$ 10,9 bilhões há um ano.
Pires lembrou que desde 2003 a Petrobras não trabalha com paridade de preços em relação ao mercado internacional, sob o argumento de não trazer para o país a volatilidade externa do mercado de petróleo.
A própria presidente da Petrobras, Graça Foster, admite em carta aos investidores que acompanha os resultados que desde que assumiu a presidência, há cinco meses, vem reiterando “o comprometimento com a paridade internacional de preços”.
Segundo Pires, apesar dos últimos aumentos da gasolina e do diesel os dois combustíveis mantém defasagem de cerca de 14% e 17%, respectivamente, me relação aos preços praticados fora do país.
O especialista afirmou que a Petrobras só não apresentou prejuízo antes porque o preço do petróleo ajudou a gestão anterior.
“Lula e Gabrielli foram beneficiados por preços altos do petróleo, mas agora a coisa mudou um pouco”, ressaltou.
Para ele, é inadmissível que uma empresa do porte da Petrobras apresente um resultado negativo.
“Ou o governo reverte o processo ou vai virar uma Eletrobras”, disse o especialista, referindo-se à holding estatal do setor elétrico que tem um desempenho fraco nas bolsas de valores.
Já o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora, afirmou que a política de preços dos combustíveis, além de estar prejudicando o caixa da companhia, é danosa ao setor de biocombustíveis em geral.
Devido ao subsídio à gasolina, explicou, o consumo do produto deverá continuar alto nos próximos meses. O preço mais baixo manterá a gasolina mais atrativa para o consumidor do que o etanol, cuja indústria não vem muito bem no país.
“Vira um círculo vicioso. É um desserviço ao setor de biocombustíveis em particular e também ao país em geral, que vê sua matriz cada vez mais suja”, disse Rafael Corrêa.
O fato de a Petrobras ser de capital aberto e ao mesmo tempo estar sujeitas as imposições políticas cria um conflito de interesses, onde um dos maiores prejudicados é o preço da ação, afirmou o analista da Um Investimentos Thomas Chang.
“Esse é um dos motivos para as ações estarem sempre baratas. O PDPA (Preço Dividido pelo Valor Patrimonial) é sempre menor do que um, quando na maior parte das empresas ele pode atingir até 6%”, disse Chang.
Os papéis da companhia valiam mais de R$ 40 antes da capitalização, em 2010, e hoje são negociadas a menos de R$ 20.
(grifos nossos)
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