Em menos de um mês, Dilma conseguiu aprovar a criação de três novas estatais. Ao todo já são 127! A mais recente, a Segurobras, poderá competir com o bilionário mercado de seguros privados.
Abaixo a notícia da Folha:
Para cercar os riscos que podem envolver o pacote de infraestrutura da gestão Dilma, o governo conseguiu aprovar, sem fazer alarde, a criação de uma estatal de seguros, conhecida como Segurobras.
A medida provisória já foi aprovada no Congresso e deve ser sancionada por Dilma Rousseff na próxima semana.
O objetivo principal da estatal, cujo nome oficial é Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias, será viabilizar as apólices e as garantias de obras de infraestrutura, mas a empresa poderá competir com as seguradoras privadas em ramos como habitação, crédito estudantil, exportação e até o de veículos, o maior do país.
A estatal também poderá comprar participações em seguradoras já existentes, como a SCBE (Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação), voltada a exportações.
Em jogo, está um mercado estratégico, que cresce em média 20% ao ano desde 2007. No ano passado, as seguradoras brasileiras faturaram R$ 105 bilhões, volume 16,6% superior ao de 2010.
Só o seguro de risco de engenharia, um dos que mais devem crescer, girou R$ 912 milhões no ano passado -98,4% mais do que no ano anterior. E a previsão é que cresça nesse ritmo até 2016.
RESSALVAS
As seguradoras privadas são contra a criação de uma concorrente estatal porque consideram que ela teria condições privilegiadas para ganhar mercados de interesse do governo, como o das obras de infraestrutura.
Também diziam que a participação estatal despertaria dúvidas quanto à melhor gestão de riscos desses empreendimentos, uma vez que o governo participa das obras, representa grande parte do risco político e também seria o vendedor dessas apólices.
O setor já havia reagido no fim do governo Lula, quando a proposta havia sido apresentada. As críticas fizeram com que ela fosse arquivada.
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AJUDA A EMPREITEIRA
O setor de resseguros também protesta. “Não é verdade que as garantias e os seguros sejam mais altos no Brasil. Em cinco anos eles reduziram bastante e hoje têm preços compatíveis com os internacionais”, diz Paulo Pereira, presidente da Fenaber (Federação Nacional das Empresas de Resseguros).
“Não existe obra que deixou de ser feita por problema de capacidade de seguro.”
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A CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras) enviou carta à presidente Dilma pedindo o veto dos dois artigos, lembrando do acordo fechado no governo Lula.
“É uma mensagem péssima mudar as regras depois que o mercado se preparou para isso”, diz Jorge Hilário Vieira, presidente da CNSeg.
(Grifos nossos)
Leia mais aqui.
Comentário:
“Segurobras” – guardem este nome para quando aparecerem as primeiras manchetes denunciando desvios de recursos públicos na nova estatal.
Para saber quais são as outras duas estatais criadas só no mês de agosto, clique aqui.
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