Para o diretor licenciado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, Dilma sabia qual era a situação real no ministério dos Transportes, incluindo irregularidades anteriores a sua gestão como presidente da República. A informação é de Andreza Matais e Maria Clara Cabral para a Folha de São Paulo:
![Pagot_interna22](http://www.implicante.org/wp-content/uploads/2011/07/Pagot_interna22.jpg)
Para Pagot "Dilma sabia de tudo"
O diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, afirmou ontem na Câmara ter “convicção absoluta” de que a presidente Dilma Rousseff “sabia de tudo” que acontecia no Ministério dos Transportes, inclusive de eventuais irregularidades.
O Planalto não quis comentar as declarações.
Segundo Pagot, até 2009, como chefe da Casa Civil, Dilma coordenou reuniões do PAC 1 (Programa de Aceleração do Crescimento) sobre rodovias, muitas sob suspeita de fraude. Depois, continuou a receber relatórios.
“Até outubro de 2009, tenho convicção absoluta que ela sabia de tudo o que estava acontecendo”, disse.
Pagot afirmou que a primeira reunião sobre as rodovias do PAC 2 foi em 24 de junho, quando Dilma “tomou um susto” ao verificar aumento de preços nas obras.
A presidente teria dado prazo para a reavaliação dos contratos, mas decidiu demitir a cúpula dos Transportes antes da data marcada.
“Ela tomou um susto. (…) Falou que precisava mudar isso, fazer alterações e nos deu prazo até 15 de julho.”
No dia 2, Dilma afastou Pagot e outros três dirigentes da pasta depois de a revista “Veja” noticiar a reunião.
Ontem, Pagot disse ainda que a ministra Miriam Belchior (Planejamento), secretária-executiva do PAC no governo Lula, acompanhou as obras do Dnit quando Dilma estava afastada.
Após o depoimento, Pagot foi questionado se Dilma, por acompanhar tudo até 2009, também saberia se houvesse irregularidades nas obras do Dnit. “É claro”, respondeu.
(…)
Em depoimento de oito horas de duração, o diretor do Dnit repetiu estar em férias. e não afastado por ordem de Dilma, como informou a Presidência semana passada.
“O Planalto, se quisesse, deveria ter me demitido”, afirmou ele, que fez apelo para ficar no cargo. “Sou um leal companheiro.” (Grifos nossos)
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Comentário:
O fato de Dilma afastar o comando do Dnit após “tomar um susto” com o custo das obras nos Transportes não a exime de responsabilidades sobre os crimes que tenham sido praticados dentro do ministério. Dilma conhecia essa turma há pelo menos 8 anos e sabia do que eles eram capazes. Mesmo assim decidiu mantê-los a frente do ministério e dos órgãos ligados à pasta.
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