quinta-feira, 7 de julho de 2011

Como a guerra às drogas está destruindo o México

URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1036


mexico_drug_war4_30955t.jpgUma pesquisa de Milton Friedman revelou que a proibição das drogas estimula os fornecedores a desenvolver e a incitar o consumo de drogas mais pesadas, assim como a Lei Seca empurrou as pessoas para misturas mais fortes de álcool (as horríveis e hoje ubíquas bebidas misturadas, criadas justamente para disfarçar o sabor repulsivo do álcool fabricado clandestinamente). Os contrabandistas e distribuidores de rum daquela época não lidavam com cerveja; a cerveja é volumosa e possui baixa potência.  Já o rum é compacto e de alta potência.  A Lei Seca simplesmente empurrou os beberrões para o consumo de substâncias tóxicas mais pesadas e mais debilitantes, afastando-os das mais suaves e inócuas.

Folhas de coca, mascadas e fervidas como chá, há muito têm sido utilizada por peruanos e bolivianos que querem aliviar os sintomas da hipoxia provocada pela altitude.  O ópio, em sua forma bruta, já foi muito utilizado como analgésico.  Maconha, folhas de coca e ópio são volumosas, o que implica altos custos de transportação e estocagem.  Para driblarem esse empecilho, os distribuidores optaram por cultivar linhagens mais potentes de maconha e a destilar as folhas de coca e ópio, o que gerou a cocaína e a heroína.

Mesmo em sua forma concentrada, as drogas ilegais são caras de ser transportadas e comercializadas.  Isso requer que os barões da droga tenham de fazer constantes investimentos para aprimorar o seu capital e, com isso, operar mais lucrativamente.  Esse alto custo funciona como uma barreira à entrada no mercado, o que atenua a concorrência, reduz a oferta e joga os preços para o alto.  Nem se os barões da droga quisessem poderiam eles ter criado um modelo de negócios tão rendoso.

Zombar da lei e escarnecer moralistas e cumpridores da ordem são atitudes que glorificam os barões da droga, algo muito parecido com a maneira como a Lei Seca glamourizou os chefões das máfias.  Apesar de toda a matança e terrorismo associados ao tráfico de drogas, os plebeus ignorantes e politicamente desiludidos veem o barão mexicano das drogas Joaquín "Chapo" Guzmán com grande respeito e veneração.  "As pessoas consideram Chapo Guzmán uma espécie de bandido social, um Robin Hood", explica Victor Hugo Aguilar, professor da Universidad Autónoma de Sinaloa, sobre a influência que Guzmán exerce sobre as pessoas e a cultura da região.  "Ele conserta os problemas das cidades e coloca luzes nos cemitérios.  Ele já é parte do folclore de Sinaloa".

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