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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança da Presidência da República, Jorge Félix, negou com veemência nesta terça-feira (2) que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha realizado grampos nos telefones do Supremo Tribunal Federal (STF) e interceptado diálogos entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). No momento, Félix presta depoimento à CPI dos Grampos da Câmara.
“A Abin como instituição não fez e não faz essas coisas”, enfatizou o ministro. “A interceptação só é permitida com a suspeita de uma atividade criminosa. E quando há suspeita, essa atribuição sai da Abin e vai para a polícia. Imediatamente repassamos para a Polícia Federal”, garantiu Félix.
No início de seu depoimento, Félix buscou deixar claras as funções desempenhadas pelos agentes da Abin, tentando desvincular a possibilidade de ação de grampos praticadas pela agência. “Temos concretamente que a conversa foi gravada. Pode ter sido de um lado ou de outro, do Supremo ou do Senado. Ou ainda do lado das operadoras”, declarou Felix se referindo à conversa de Gilmar e Demóstenes.
Para o ministro, deve-se buscar esclarecimentos com o agente da Abin que prestou as informações à revista Veja. “Seria muito bom para todos que esse informante tivesse procurado algum chefe seu ou a polícia. Mas ele decidiu denunciar o crime, porque isso é um crime, a um jornalista. Nada foi comprovado, mas a imagem negativa ficou”, declarou.
Elogios
O chefe de Segurança disse ainda que confia no diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, afastado ontem do cargo pelo presidente Lula. Felix classificou o colega como uma “pessoa experiente, com uma folha de serviços prestados impressionante e que tem sido um bom diretor-geral da agência”.
“Foi aberta uma sindicância e só nos resta aguardar. Mas, reafirmo inteira confiança nos servidores afastados, em especial no doutor Paulo Lacerda”, acrescentou Félix, que disse esperar respostas das investigações em curso sobre a denúncia de grampo no Supremo. (Renata Camargo)
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