URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1264
Quando o governo toma de A e deliberadamente dá a B, isto dificilmente pode ser considerado um gesto de unanimidade, ou um gesto que representa o povo voluntariamente se unindo para comprar um serviço do governo. Mas Buchanan e Tullock tentam afirmar isso sustentando que os ricos de fato defendem ser tributados mais do que os pobres porque assim estão adquirindo um "seguro de renda", uma vez que, se ficarem pobres, o governo, como uma agência seguradora, irá lhes ajudar. Em outro momento, eles dizem que as pessoas de fato querem ser coagidas, mas somente se todas forem coagidas, pois assim, na realidade, todas elas não estarão sendo coagidos. Eu não apenas considero tudo isso uma disparate, como também considero um disparate perigoso, pois dá apoio à ideia de que tudo que o estado faz, não importa quão flagrantemente coercivo, é "de fato" endossado por todos.
Conceder um selo de aprovação ao estado como sendo ele uma entidade realmente unânime é uma posição que permeia toda a análise deste livro. A essência do livro, a "nova contribuição" apresentada, é que Buchanan e Tullock tratam o estado como se ele fosse apenas mais uma agência de serviços, basicamente voluntária, oferecendo "bens coletivos" a todos, minimizando "custos externos" quando possível, e por aí vai. O estado é transformado em apenas mais uma agência voluntária, e cada indivíduo passa a decidir, de acordo com sua escala de valores, o quanto deve alocar para agências privadas e o quanto deve alocar para governo. Esta é, afirmo, a essência de toda a análise contida no livro, e creio que ela é total e absolutamente errada.
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