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Depois de baixar em Brasília para piorar a crise protagonizada por Antonio Palocci, Lula resolveu aproveitar a vida no exterior. Na segunda-feira, fez uma palestra no Panamá para executivos da Odebrecht. Na terça, repetiu o numerito nas Bahamas para convidados do bilionário mexicano Carlos Slim. Na quarta, a bordo de um avião cedido por Slim, apareceu em Cuba para a escala de um dia e meio, com todas as despesas pagas pela Odebrecht. Vistoriou ao lado do ditador Raúl Castro as obras do porto de Mariel, construído pela Odebrecht ao preço de 200 milhões de dólares bancados pelo BNDES, e foi beijar a mão de Fidel escoltado por José Dirceu, Franklin Martins e Paulo Okamoto.
Na quinta, Lula levou a trinca para engrossar a plateia da palestra, paga pela Odebrecht, que faria na Venezuela. Foi recepcionado em Caracas por Emilio Odebrecht, presidente do Conselho Administrativo da construtora, e Marcelo Odebrecht, diretor-presidente. Não sobrou lugar para a imprensa no local do evento, reservado a empresários, investidores e diplomatas convidados pela Odebrecht.
Com mais de um ano de atraso, o presidentte Hugo Chávez ordenou, na véspera da chegada de Lula, o pagamento dos R$ 996 milhões que o governo venezuelano devia à Odebrecht, premiada com a construção do metrô de Caracas e da terceira ponte sobre o Rio Orinoco. Quase 1 bilhão de reais, parcialmente financiados pelo BNDES. Os diretores da Odebrecht garantem que foi só uma agradabilíssima coincidência. Em todo caso, no encontro com o amigo Chávez, Lula agradeceu a gentileza. Em seu nome e em nome da Odebrecht.
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