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Publicado em: 29/06/2011 - 17:00
Notícias
Transporte e Mobilidade Urbana
Cidade de São Paulo
Mesmo contrariando parecer do município e sob oposição de
ambientalistas, Estado obtém licença do trecho norte
Obra de R$ 6,1 bi, que margeará a Cantareira, prevê desmatamento e a
retirada de 2.000 famílias, entre outros
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
Sob protesto de ambientalistas e contrariando o veto da Prefeitura de
São Paulo a um atalho para a marginal Tietê, o Conselho Estadual do
Meio Ambiente concedeu ontem licença prévia para o trecho norte do
Rodoanel, a maior obra viária do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Foram 23 votos favoráveis à obra, mas todos os sete representantes de
ONGs ambientalistas votaram contra.
A rodovia terá 44 km, custará R$ 6,1 bilhões e conectará o trecho oeste
à via Dutra, margeando por 20 km a serra da Cantareira, um dos
principais mananciais da capital.
Do caminho serão retiradas 2.000 famílias, 343 indígenas e o
equivalente a 140 campos de futebol de vegetação. Uma centenária
paineira em Guarulhos, porém, levou ao desvio do traçado.
A licença manteve a ligação com a marginal Tietê por meio da avenida
Inajar de Souza, na zona norte, contrariando pedido da prefeitura.
Por ser uma via expressa, o Rodoanel tem apenas cinco saídas, três para
outras rodovias. As demais dão acesso à marginal -uma é a da Inajar de
Souza, com 7 km; a outra, pela avenida Raimundo Pereira Magalhães, tem
14 km.
A prefeitura teme que o atalho da Inajar cause adensamento
populacional, danos ambientais e impacto negativo no tráfego da
marginal. "A ligação é contraditória com a própria finalidade básica
que justifica a implantação do trecho norte", diz o secretário do Verde
e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge.
Para a Dersa, uma das vantagens do Rodoanel continua sendo "o alívio no
tráfego da marginal", ao retirar veículos de passagem pela capital.
O acesso pela Inajar, afirma, ampliaria esse benefício ao oferecer aos
moradores da populosa zona norte acesso direto a rodovias do entorno.
A obra deve reduzir o volume médio de tráfego da marginal em 13% até
2039, mas elevar o da Inajar em 40%.
Para o presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, o parecer da
secretaria não representa a opinião de órgãos de trânsito da capital
nem os estudos viários existentes. "Mas ganhamos tempo para debater."
CRÍTICAS
Segundo Jefferson Rocha de Oliveira, presidente do Instituto
Eco-Solidário, o principal questionamento das ONGs é a precariedade das
análises sobre o adensamento populacional, as intervenções nos cursos
d'água e o impacto social da obra.
"O parecer foi entregue aos conselheiros no dia 22, [véspera de]
feriado. Tivemos pouco tempo para analisar." --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16455
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