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A edição eletrônica da revista Época afirma que teve acesso a um pacote com oito DVDs, apreendidos durante a Operação Pasárgada, da Polícia Federal, que revelariam “cenas de corrupção explícita” envolvendo o prefeito de Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani.
“Num dos vídeos, gravado em maio de 2006, Bejani fala de uma suposta reunião com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para tratar da liberação de R$ 70 milhões para a prefeitura. Sem saber que estava sendo gravado, ele dispara: 'Sabe quanto isso dá de comissão? R$ 7 milhões'. O contrato, com a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades, foi assinado 50 dias depois”, afirma o site de Época.
O prefeito foi preso hoje (12) pela Polícia Federal na Operação "De volta para Pasárgada". Nessa operação, a PF cumpriu 15 mandados de prisão e 47 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora, Angra dos Reis(RJ) e Cabo Frio (RJ).
Segundo a PF, a operação deflagrada nesta quinta-feira é resultado da análise do material de outra operação, a "Pasárgada", realizada em abril deste ano. Na ocasião, a polícia prendeu diversos prefeitos acusados de fraudes no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Durante a "Pasárgada", foram encontrados R$ 1,12 milhão na casa de Bejani.
"A operação destina-se, também, a comprovar a origem do dinheiro apreendido na casa do prefeito de Juiz de Fora, que na medida em que as investigações avançavam, surgiam indícios de que o mesmo não teria procedência lícita", afirma nota da Polícia Federal.
“O nome de José Dirceu já aparecia escrito numa fita crepe afixada sobre o disco: ‘Rio Paraibuna – Zé Dirceu – Bejani’. Na gravação, enquanto confere mais um lote de dinheiro entregue por Bolão [empresário de Juiz de Fora], Bejani fala sobre o que seria outro rentável negócio. ‘Eu tenho uma reunião com José Dirceu três horas em Belo Horizonte. Tô liberando setenta milhões’. E acrescenta, empolgado: ‘Setenta milhões! ‘Cê’ sabe quanto que dá isso? Sete milhões de comissão’", registra a publicação semanal.
A gravação na qual o prefeito envolve o nome de José Dirceu foi feita em 10 de maio de 2006. Dirceu já não era mais ministro nem deputado federal.
“Exatos 50 dias depois desse suposto encontro, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, desembarcou em Juiz de Fora para assinar o contrato número 0161600373, com a destinação pela Caixa Econômica Federal de R$ 70 milhões para as obras no rio Paraibuna. O contrato, que faz parte do programa federal Saneamento Para Todos, está em vigor. São R$ 63,2 milhões da Caixa e contrapartida de R$ 6,3 milhões da prefeitura. A Caixa já liberou R$ 1,86 milhão”, diz a revista Época.
Por sua vez, Dirceu negou à publicação, por meio do advogado José Luiz Oliveira, ter negócios com o prefeito de Juiz de Fora. “Jamais prestei consultoria, fiz intermediações ou tive qualquer negócio com o prefeito. Jamais me envolvi com projetos para o Rio Paraibuna. Recebi ligações telefônicas do prefeito Bejani como recebo de outros prefeitos e parlamentares. Não me recordo de ter encontrado com ele no dia 10 de maio em Belo Horizonte.”
Já o Ministério das Cidades destacou à Época que não houve favorecimento ao município mineiro comandado por Carlos Alberto Bejani. (Rodolfo Torres)
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