sábado, 28 de janeiro de 2012

Marido da nova presidente da Petrobras tem 42 contratos com a estatal, 20 deles sem licitação

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Reportagem da Folha.com (grifos nossos):

Quem conhece as duas de perto costuma dizer que a engenheira Maria das Graças Silva Foster, 58, é um “clone” da presidente Dilma Rousseff. A diretora de Gás e Energia da estatal substituirá José Sergio Gabrielli na presidência da empresa.

Rígida e extremamente exigente, assim como Dilma, Graça, como gosta de ser chamada, tem fama de agressiva no trato com sua equipe. São uma espécie de “criador e criatura”, dizem.

Por causa dessa fama de difícil no trato, no começo do governo Dilma havia na Petrobras uma torcida para que seu destino fosse um ministério em Brasília –ela foi cogitada para a Casa Civil– e não a presidência da estatal, o que se consumou só agora.

Nessa época surgiram as informações de que a empresa do marido de Graça multiplicou os contratos com a Petrobras a partir de 2007, ano em que a engenheira ganhou cargo de direção na estatal.

De 2007 a 2010, a C.Foster, de propriedade de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos à estatal. Entre 2005 e 2007, apenas um havia sido firmado.

Em nota, a Petrobras informou que não firmou contratos com a empresa de Colin Foster, marido de Graça, mas fez “pequenas compras de componentes”, entre 2005 e 2010. Não informou, no entanto, o valor total das compras.

Segundo a Petrobras, houve dispensa de licitação em 20 delas por terem valores abaixo de R$ 10 mil. Nenhuma das compras, afirma a nota, foi feita por alguma área vinculada à diretoria de Gás e Energia.

PRIMEIRA MULHER

Primeira mulher a ocupar uma diretoria da Petrobras e a ser indicada para assumir a presidência da companhia, Graça Foster é funcionária de carreira. Começou como estagiária em 1978 e ocupou cargos gerenciais na estatal antes do governo Lula (2003-2010).

Mas foi pelas mãos da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que, no começo de 2003, trocou o Rio de Janeiro por Brasília e começou a alçar voos maiores na sua trajetória profissional.

A aproximação profissional ocorreu quando Dilma era secretária de Energia do Rio Grande do Sul (1999-2002) e ambas tratavam sobre o gasoduto Bolívia-Brasil. A então secretária queria um ramal adicional do duto para atender ao sul do Estado, mas ouviu um não como resposta da então gerente da estatal.

Nem por isso, a amizade deixou de prosperar. Graça filiou-se ao PT e engajou-se na campanha de Dilma à presidência. Tem três estrelas tatuadas no antebraço esquerdo, duas delas vermelhas.

No período em que Dilma esteve no Ministério de Minas e Energia, Graça Foster foi secretária de Petróleo e Gás. De volta ao Rio de Janeiro, em 2005, dirigiu as subsidiárias Petroquisa e a BR Distribuidora.

Em setembro de 2007, ao sóbrio e desejado 23º andar do Edifício Sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro, onde estão as salas dos diretores. Agora, só mudará para uma sala mais ampla, a da presidência da maior empresa do país.

(…)

Comentário

A matéria segue descrevendo o estilo “durão”, “intransigente” e “eficaz” de Maria das Graças Foster. Já vimos esse filme antes…

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