sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Os sucessivos fracassos do keynesianismo

URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1092


munger-keynesianism-might-not-work-when-everyone-is-expecting-it.jpgÉ algo totalmente enfadonho termos de aprender essa lição mais uma vez, pois foi somente há 38 anos que o mundo vivenciou outro colapso completo do paradigma keynesiano.  O matiz da teoria era um pouco diferente naquela época.  O governo fazia "ajustes finos" na economia com a intenção de fazê-la funcionar de acordo com um modelo rígido que dizia haver um equilíbrio compensatório entre inflação e desemprego.  Se o desemprego ficasse muito alto em decorrência de um crescimento econômico lento, a solução preconizada era simples: aumentar os gastos e a inflação monetária.  Se o desemprego, por outro lado, ficasse muito baixo durante a recuperação econômica -- levando a um "sobreaquecimento" da economia, como dizia o linguajar da época --, a solução era reduzir os gastos e a inflação monetária.

O objetivo desse simples equilíbrio era reunir todas as obscuras ideias defendidas por Lord Keynes e condensá-las à sua essência, a saber: o planejamento centralizado da economia.  Com essa nova roupagem científica, seria possível fazer um planejamento centralizado ao mesmo tempo em que se evitava todos os emaranhados legislativos que aporrinharam o New Deal.  Os keynesianos afirmavam que as tentativas de Franklin Roosevelt de adotar políticas contracíclicas não funcionaram bem porque não foram bem planejadas e tampouco cientificamente ministradas.  Mas graças à clareza desse novo e simples modelo criado no pós-guerra, os keynesianos desta vez acertariam. 

E eles certamente fizeram tudo à sua maneira em termos de políticas.  Em 1971, Richard Nixon aboliu os últimos vestígios do padrão-ouro, finalmente desvencilhando o dólar de qualquer relação com o ouro físico, permitindo que a moeda americana flutuasse como uma pipa presa a uma linha -- ou talvez sem a linha.  Esse supostamente era o ideal keynesiano.  Nada de restrições à moeda.  Nada de apegos à relíquia bárbara.  Nada de limitações àquilo que os planejadores científicos do governo poderiam fazer.  Agora eles poderiam fazer o que fosse necessário para promover a combinação socialmente ótima de inflação e desemprego.  Nirvana!

É importante ter em mente que tudo isso era uma proposição testável.  Se de fato houvesse esse equilíbrio entre inflação e desemprego, e se de fato o governo pudesse controlá-lo, então seria impossível vivenciarmos, por exemplo, o desemprego e a inflação de preços aumentando ao mesmo tempo.  É verdade que, durante a maior parte da história, isso não realmente não ocorreu.  Durante a Grande Depressão, os preços caíram -- e ainda bem, pois esse fato foi a única ocorrência positiva de todo aquele período.  Pior do que desemprego em massa, apenas desemprego e inflação de preços.  Já na década de 1950, houve um pequeno aumento da inflação, mas não em um nível suficiente para soar os alarmes.

E então vieram os anos 1973--1974.  O desemprego nos EUA estava alto e subindo, chegando a 6% -- sim, naquela época, isso era considerado alto.  Ao mesmo tempo, a inflação de preços havia subido vertiginosamente para os dois dígitos, algo que não ocorria desde 1947, quando os controles de preços da época da guerra foram abolidos.  E assim surgiu a recessão inflacionária, também chamada de estagflação -- uma besta que supostamente não deveria existir, pelo menos de acordo com o modelo econômico seguido à época.

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