URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1204
Quando os governos gastam mais do que coletam em impostos, eles emitem títulos. O BCE não compra estes títulos diretamente (embora isso tenha mudado com a recente crise da dívida soberana). Imagine que um título que valha ?1.000 e que tenha um prazo de maturação de 10 anos seja vendido por um governo da zona do euro. Os bancos comprarão este título -- possivelmente criando dinheiro via reservas fracionárias --, pois sabem que o BCE aceitará este título como colateral.
O BCE aceitará este título em uma transação reversa -- como um empréstimo colateralizado -- com um prazo de maturação de uma semana (ou de um mês), criando dinheiro e o emprestando aos bancos. Ao término desta semana, o BCE irá simplesmente renovar o empréstimo e continuar em posse deste título caso ele queira manter a atual oferta monetária. O BCE pode continuar agindo assim pelos próximos dez anos. Após dez anos, o governo terá de quitar o principal deste título, e provavelmente irá fazê-lo emitindo um outro título. E assim será ad eternum. O governo nunca precisa quitar sua dívida; ele pode simplesmente emitir uma dívida nova para pagar a antiga. Mas ainda assim fica a pergunta: o governo ao menos paga os juros deste título? Sim, mas os juros são pagos para o BCE. Como mencionado anteriormente, uma parte do pagamento dos juros é enviada de volta para o governo, uma vez que os lucros do BCE são remetidos para cada banco central nacional de acordo com o capital de cada um junto ao BCE. Dali, os lucros são enviados para seus respectivos governos.
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