Olá,
A notícia transcrita abaixo já é antiga (de junho/2010) mas merece ser conhecida e avaliada por quem se interessa pela questão da confiabilidade do voto eletrônico no Brasil.
A empresa Diebold, exclusivo fabricante das urnas eletrônicas brasileiras, tem sofrido inúmeros reveses nos EUA.
Em 2004 foi banida como fornecedora de urnas no Estado da Califórnia.
Em 2006 foi condenada, também pelo fornecimento de urnas eletrônicas, no Estado de Ohio
Entre 2005 e 2006, vários testes LIVRES demonstraram a fragilidade das urnas americanas da Diebold, similares às brasileiras.
Dois presidentes da Diebold americana foram afastados por causa dos problemas de suas urnas e ela parou de fabricar urnas nos EUA.
Vejam, por exemplo em:
http://www.theregister.co.uk/2006/05/14/diebold_e-voting_flaw/
http://www.brunazo.eng.br/voto-e/textos/penetracao1.htm#4a
http://www.freepress.org/departments/display/19/2005/1637
http://why-war.com/features/2003/10/diebold.html
No Brasil, no entanto, tudo corre as mil maravilhas.
A Diebold tornou-se a fornecedora exclusiva das urnas brasileiras, ganhado todas as concorrências desde 2002, por vezes contando com pareceres favoráveis internos, como a compra de 6000 urnas novas para substituir as que deram defeito em Alagoas em 2006, o parecer da STI/TSE que excluiu os concorrentes em 2009, a extenção do contrato sem concorrências aumentando em mais 117 mil urnas novas em 2010 (a notícia transcrita abaixo é anterior a esse faturamento "extra" da divisão de urnas da Diebold brasileira).
Com isso a filial brasileira da Diebold tornou-se responsável por quase 50% do faturamento global da empresa.
Segue a noticia que saiu em:
http://www.valor.com.br/arquivo/828171/diebold-e-alvo-de-acusacoes-de-fraude-contabil-nos-eua
Eng. Amílcar Brunazo Filho
conheça o Relatório CMind, sobre as urnas eletrônicas brasileiras
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04/06/2010 às 00h00
Diebold é alvo de acusações de fraude contábil nos EUA
Três executivos da americana Diebold estão sendo acusados de envolvimento em práticas contábeis fraudulentas para inflar os lucros da companhia, num período que vai de pelo menos 2002 a 2007. Uma ação está sendo movida contra eles na justiça americana pela Securities and Exchange Commission (SEC).
A SEC também chegou a acusar a própria fabricante de caixas automáticos (ATMs) para bancos, mas segundo um comunicado divulgado pela comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, as partes chegaram a um acordo de US$ 25 milhões. A Diebold informou em maio de 2009 que havia firmado um acordo com a SEC, que foi concluído na quarta-feira.
A diretoria financeira da Diebold recebia relatórios comparando seus resultados atuais com as previsões de lucro dos analistas e então criava listas de meios para eliminar as diferenças, disse a SEC. Segundo a SEC, a companhia reconhecia receita de maneira impropria ou inflava seu desempenho financeiro. A Diebold "manipulava regularmente os lucros para que eles batessem com as previsões", afirmou a SEC na petição enviada a uma corte federal de Washington.
A SEC também entrou com uma ação em uma corte federal de Ohio contra Gregory Geswein, ex-diretor financeiro da companhia; Sandra Miller, ex-diretora de contabilidade corporativa; e Kevin Krakora, ex-controlador e posteriormente diretor financeiro. Somente Krakora continua na companhia, segundo informou o porta-voz Michael Jacobsen. O caso contra os executivos está em andamento, informou a SEC.
"Estamos profundamente desapontados porque cinco anos depois de Geswein ter saído voluntariamente da Diebold, e por conta própria, a SEC esteja agora fazendo antigas alegações", disse o advogado de Geswein, Stephen Scholes, em um comunicado. "Geswein nega enfaticamente as acusações da SEC."
John Carney, da Baker Hostetler de Nova York, advogado de Krakora, disse que não tinha o que declarar no momento. Um advogado de Miller não retornou as ligações telefônicas feitas pela Bloomberg para comentar o assunto.
A companhia não admitiu nem negou qualquer irregularidade no acordo. Walden O'Dell, ex-executivo-chefe da Diebold, concordou em devolver à companhia mais de US$ 470 mil que recebeu em bonificações em dinheiro, 30 mil ações da Diebold e 85 mil opções de ações, muito embora ele não tenha sido acusado de má conduta, informou a SEC. "Estamos satisfeitos por termos chegado a um acordo final com a SEC", disse Thomas Swidarski, presidente e executivo-chefe da Diebold.
Swidarski estará em São Paulo na próxima semana para participar de uma palestra durante o Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (Ciab). O Brasil tem um peso fundamental nas operações globais da Diebold, respondendo por 20% das vendas da companhia.
Com 3,2 mil funcionários distribuídos pelo país e duas fábricas em Manaus, a Diebold lidera o mercado de caixas de ATM no país. Em março, em entrevista ao Valor, Swidarski disse que a companhia vai produzir entre 15 mil e 20 mil ATMs neste ano para alimentar o mercado brasileiro. No ano passado, a empresa fabricou 18 mil ATMs no país.
A companhia, que também venceu a maioria das licitações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos últimos anos, deve entregar 165 mil urnas ao governo até agosto. O contrato, avaliado em R$ 204 milhões, prevê o fornecimento total de até 250 mil equipamentos. Em 2009, a subsidiária cresceu 15% em faturamento, atingindo R$ 1,15 bilhão em vendas, sem incluir nessa conta as urnas eletrônicas. Mundialmente, a receita da Diebold foi de US$ 2,7 bilhões no ano passado. A companhia tem mais de 17 mil funcionários distribuídos por 90 países. (Colaborou André Borges, de São Paulo)
A SEC também chegou a acusar a própria fabricante de caixas automáticos (ATMs) para bancos, mas segundo um comunicado divulgado pela comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, as partes chegaram a um acordo de US$ 25 milhões. A Diebold informou em maio de 2009 que havia firmado um acordo com a SEC, que foi concluído na quarta-feira.
A diretoria financeira da Diebold recebia relatórios comparando seus resultados atuais com as previsões de lucro dos analistas e então criava listas de meios para eliminar as diferenças, disse a SEC. Segundo a SEC, a companhia reconhecia receita de maneira impropria ou inflava seu desempenho financeiro. A Diebold "manipulava regularmente os lucros para que eles batessem com as previsões", afirmou a SEC na petição enviada a uma corte federal de Washington.
A SEC também entrou com uma ação em uma corte federal de Ohio contra Gregory Geswein, ex-diretor financeiro da companhia; Sandra Miller, ex-diretora de contabilidade corporativa; e Kevin Krakora, ex-controlador e posteriormente diretor financeiro. Somente Krakora continua na companhia, segundo informou o porta-voz Michael Jacobsen. O caso contra os executivos está em andamento, informou a SEC.
"Estamos profundamente desapontados porque cinco anos depois de Geswein ter saído voluntariamente da Diebold, e por conta própria, a SEC esteja agora fazendo antigas alegações", disse o advogado de Geswein, Stephen Scholes, em um comunicado. "Geswein nega enfaticamente as acusações da SEC."
John Carney, da Baker Hostetler de Nova York, advogado de Krakora, disse que não tinha o que declarar no momento. Um advogado de Miller não retornou as ligações telefônicas feitas pela Bloomberg para comentar o assunto.
A companhia não admitiu nem negou qualquer irregularidade no acordo. Walden O'Dell, ex-executivo-chefe da Diebold, concordou em devolver à companhia mais de US$ 470 mil que recebeu em bonificações em dinheiro, 30 mil ações da Diebold e 85 mil opções de ações, muito embora ele não tenha sido acusado de má conduta, informou a SEC. "Estamos satisfeitos por termos chegado a um acordo final com a SEC", disse Thomas Swidarski, presidente e executivo-chefe da Diebold.
Swidarski estará em São Paulo na próxima semana para participar de uma palestra durante o Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (Ciab). O Brasil tem um peso fundamental nas operações globais da Diebold, respondendo por 20% das vendas da companhia.
Com 3,2 mil funcionários distribuídos pelo país e duas fábricas em Manaus, a Diebold lidera o mercado de caixas de ATM no país. Em março, em entrevista ao Valor, Swidarski disse que a companhia vai produzir entre 15 mil e 20 mil ATMs neste ano para alimentar o mercado brasileiro. No ano passado, a empresa fabricou 18 mil ATMs no país.
A companhia, que também venceu a maioria das licitações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos últimos anos, deve entregar 165 mil urnas ao governo até agosto. O contrato, avaliado em R$ 204 milhões, prevê o fornecimento total de até 250 mil equipamentos. Em 2009, a subsidiária cresceu 15% em faturamento, atingindo R$ 1,15 bilhão em vendas, sem incluir nessa conta as urnas eletrônicas. Mundialmente, a receita da Diebold foi de US$ 2,7 bilhões no ano passado. A companhia tem mais de 17 mil funcionários distribuídos por 90 países. (Colaborou André Borges, de São Paulo)
Um comentário:
Em Saquarema-RJ aconteceu um fato muito estranho. Antes das eleições de 2012 era só andar pelas ruas e perguntar em quem o eleitor iria votar que a resposta era unânime: Pedro Ricardo, candidato da oposição. Pois bem, o rapaz perdeu em todas, eu disse todas as 173 urnas da cidade. Perdeu e perdeu de muito. O mais estranho é que hoje, dois meses após as eleições, você vai às ruas e os eleitores continuam unânimes em dizer que votaram em Pedro Ricardo. Seria muito mais cômodo para o eleitor dizer que votou na candidata vitoriosa. Mas não, o eleitor bate o pé afirmando que votou no outro. Curiosamente, é difícil encontrar alguém que confirme que votou na candidata vencedora, que coincidentemente é a esposa do deputado estadual Paulo Melo, presidente da ALERJ. Existem vários relatos da internet e inclusive vídeos no YOUTUBE atestando a vulnerabilidade das urnas eleitorais. Está lá pra quem quiser assistir. Esse triunvirato: Sérgio Cabral, Luiz Zveiter e Paulo Melo atenta contra a democracia. Todos os poderes encontram-se de um lado só da balança, prejudicando a alternância do poder, principal filosofia democrática. O fato é que não adianta espernear, pois o TSE, por mais que existam evidências que comprovem, jamais irá admitir fraudes em suas 'caixas pretas'. O ideal seria que a urna eletrônica emitisse, também, um cupom onde mostrasse em quem o eleitor votou. E que esse cupom fosse colocado numa urna tradicional ao lado dos mesários, para fins de comprovação posterior. Uma coisa é certa: nenhum outro país no mundo, depois de examinar, quis comprar nosso ‘avançadíssimo, rápido e moderno' método de escrutínio, nem o Paraguai.
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