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Já comentamos aqui o curioso e inexplicável fato de que o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), repassou a Pernambuco, seu estado de atuação política, cerca de 90% das verbas federais antienchente. E o que vemos neste ano é Minas Gerais e Rio de Janeiro em extrema calamidade justamente por conta de chuvas e enchentes. Além disso, ao contrário da tese de que ele “defende o Nordeste”, hoje o Estadão informa que o ministro tentou TIRAR verba da Transposição do Rio São Francisco.
É indecente, para ser bondoso, que um Ministro de Estado seja – com o perdão do trocadilho – de apenas um estado. Evidentemente, o povo de Pernambuco deve sim ser atendido, mas há uma proporcionalidade óbvia que precisa servir de critério. Coincidentemente, vejam só!, Bezerra mandou NOVENTA POR CENTO da grana justamentepara seu reduto eleitoral. E o reduto não é dele, vale lembrar, pois seu padrinho político e líder regional é o governador Eduardo Campos, também do PSB.
Exatamente aí, porém, reside um problema grave: Campos é aliado do governo e de parte da oposição e, mais ainda, uma espécie de “menina dos olhos” para as composições de 2014. Desse modo, graças ao funcionamento de nossa política e ao comportamento inaceitável dos políticos, NINGUÉM FALA NADA SOBRE ISSO. Ninguém. Nada. Blindam Eduardo Campos porque ele é um aliado ou aliado em potencial.
Os governos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, para citar dois estados afetadíssimos, em momento algum protestaram. Os parlamentares de lá – MESMO OS DE OPOSIÇÃO – não dizem nada. É um silêncio constrangedor acerca de uma barbaridade perpetrada pelo ministro; um silêncio que se explica pelo fato de ele ser apadrinhado de Eduardo Campos.
Se alguém tem dúvida do que é oposicinha, fica o exemplo: é exatamente isso. Não propriamente covardia, mas a “inação estratégica” por parte daqueles que foram votados justamente para defender interesses locais, ideológicos, partidários e afins. Defendem, única e tão-somente, seus próprios projetos eleitorais com base até mesmo em hipotéticas alianças de futuro. Desprezível.
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