marcados por protestos contra a corrupção no país. Vestidos de preto,
manifestantes carregavam cartazes pedindo o fim do voto secreto na
Câmara dos Deputados e no Senado e punição para corruptos.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 25 mil pessoas
participaram da manifestação. O movimento foi pacífico. Entre os
participantes estavam estudantes, aposentados e até crianças, como
Pedro Henrique, 7 anos, que acompanhou a avó Mônica Gusmão Barcelos
durante a passeata. "Vim marchar contra a corrupção", disse.
Para a professora aposentada Virgínia Messias, 65 anos, a manifestação
é importante para conscientizar as pessoas. "É uma forma de cada um se
expressar e espero que este movimento alcance muitos outros que ainda
estão em casa, confortavelmente. Ponham a mão na consciência."
A ação popular também agradou o servidor público Marcelo Sampaio, 39
anos. "Vim somar a essa iniciativa de manifestação contra a corrupção,
contra o voto secreto, contra um Congresso que esconde o que um
deputado faz de errado. A gente precisa estar aqui para dizer que a
gente não concorda."
Às 10h , os participantes da Marcha Nacional contra a Corrupção
ganharam as ruas e saíram do Museu da República em direção à Praça dos
Três Poderes. O movimento apartidário, convocado pelas redes sociais
nainternet, protestou contra desvio de dinheiro público em ministérios,
denunciado recentemente, além da absolvição da deputada Jaqueline Roriz
(PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema de corrupção do
governo do Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM.
Durante o percurso, alguns manifestantes fizeram a lavagem simbólica do
Ministério da Agricultura e do Congresso Nacional. Ao som do Hino
Nacional, eles ocuparam a Praça dos Três Poderes para "abraçar" a
Bandeira do Brasil. Após quase duas horas de protesto e com número de
participantes reduzido, alguns manifestantes tomaram o gramado em
frente ao Congresso e ocuparam o espelho d'água, molhando os policiais,
que fizeram um cordão de isolamento em frente à rampa de acesso.
De acordo com Cecília de Oliveira, uma das organizadoras do evento, a
mobilização na internet ganhou repercussão após o episódio da
absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz. "Já estava todo mundo
revoltado e resolvemos fazer isso."
O estudante Roberto Miamoto, 25 anos, disse que foi motivado a
participar do protesto pelo desfecho do caso Jaqueline Roriz. Para ele,
essa foi a "gota d'água" para a revolta dos brasileiros. "Acho que pela
primeira vez a galera está se reunindo e pedindo um basta. Este é o
momento de fazer a diferença e mostrar que Brasília não está passiva
diante de tudo o que está acontecendo."
-- http://www.clicabrasilia.com.br/site/noticia.php?id=363143
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