quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A origem da propriedade privada e da família

URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1037


94470.jpgHá aproximadamente 50.000 anos, o número de "humanos modernos" provavelmente não era superior a 5.000, todos confinados ao nordeste da África.  Eles viviam em sociedades formadas por um pequeno número de pessoas (de 10 a 30), as quais ocasionalmente se encontravam e formavam um ajuntamento genético comum de aproximadamente 150 a 500 pessoas (tamanho esse que os geneticistas descobriram ser o necessário para se evitar efeitos disgênicos).  A divisão do trabalho era limitada, com a principal separação sendo aquela entre mulheres, que atuavam principalmente como coletoras, e homens, que atuavam principalmente como caçadores.  Apesar de tudo, a vida a princípio parecia ter sido boa para nossos ancestrais.  Apenas algumas horas de trabalho regular permitiam uma vida confortável, com boa nutrição (alta proteína) e tempo de lazer abundante.

Entretanto, a vida dos caçadores e coletores teve de enfrentar um desafio excepcional.  Sociedades baseadas na caça e na coleta viviam de maneira essencialmente parasítica.  Isto é, eles nada acrescentavam à oferta de bens fornecida pela natureza.  Eles apenas exauriam a oferta de bens.  Eles não produziam (exceto algumas poucas ferramentas); apenas consumiam.  Eles não cultivavam e nem criavam; simplesmente esperavam que a natureza regenerasse e repusesse o estoque de bens consumidos.  O que essa forma de parasitismo afetava, portanto, era o inescapável problema do crescimento populacional.  Para manter uma vida confortável, a densidade populacional tinha de permanecer extremamente baixa.  Estima-se que 2,6 quilômetros quadrados de território era o mínimo necessário para sustentar confortavelmente uma ou duas pessoas; e em regiões menos férteis, eram necessários territórios ainda maiores.

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