Folha de S. Paulo
França baixa preço e Brasil compra caça
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Nelson Jobim
(Defesa) bateram o martelo a favor do caça francês Rafale. A decisão
foi tomada depois que a fabricante, Dassault, reduziu de US$ 8,2
bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) o
preço final do pacote de 36 aviões para a Força Aérea Brasileira. Mesmo
com a redução, os caças franceses têm preço muito superior ao dos
concorrentes. Conforme a Folha apurou, a proposta do modelo Gripen NG,
da sueca Saab, foi de US$ 4,5 bilhões, e a dos F-18 Super Hornet, da
norte-americana Boeing, de US$ 5,7 bilhões. Além do custo do pacote,
que inclui avião, armas, logística e custo de transferência
tecnológica, a Dassault estimou que a manutenção dos aviões por 30 anos
custará US$ 4 bilhões. Os valores foram revistos após o presidente Lula
anunciar ntecipadamente a vitória do Rafale, em setembro. O preço
unitário, sempre uma estimativa, era então menor para todos os
concorrentes porque o pacote não previa vantagens incluídas na
renegociação -como o custo de a Embraer fabricar o caça futuramente.
Vitorioso foi o último colocado em avaliação
Além de ter ficado em último lugar na avaliação técnica da Força Aérea
Brasileira, que irá operar os novos caças no mínimo pelos próximos 30
anos, o francês Rafale, da Dassault, não foi considerado o melhor em
nenhum dos sete critérios finais. O jato francês foi apontado como a
pior opção em cinco desses critérios: técnico, logística, compensações
tecnológicas/comerciais, geração de emprego e preço. O vencedor, o
Gripen NG, foi considerado melhor em quatro quesitos: técnico,
transferência de tecnologia, geração de empregos e preço.
Decisão é vitória pessoal de Jobim
O previsível desfecho da novela dos caças, ainda a ser confirmado com
assinaturas e compromissos financeiros, consolidou a parceria
estratégica entre Brasil e França e foi uma vitória pessoal de seu
maior defensor, Nelson Jobim. Foi ele quem costurou o amplo acordo
militar em que o Brasil atrelou sua força de submarinos e helicópteros
aos franceses no ano passado, e nunca escondeu que a escolha do vetor
de aviação de combate tinha de seguir a mesma lógica. --
http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_publicacao=31697&cod_canal=1
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