segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"Montadoras: falta informação sobre poluição de carros" - Jornal da Tarde | Rede Nossa São Paulo

CAROLINA MARCELINO

Montadoras de veículos não divulgam informações sobre o nível de
emissão de gases liberados por seus carros nem o rendimento do
combustível nos modelos e consumidores saem no prejuízo na hora da
compra. Sem saber que pode encontrar um modelo mais barato no mercado,
que gaste menos combustível e polua menos, o cliente fica com a escolha
restrita. Essa é a constatação do Instituto de Defesa do Consumidor
(Idec), que avaliou 11 fabricantes- Citroën, Fiat, Ford, Chevrolet,
Honda, Hyundai, Nissan, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen.

De acordo com a pesquisadora do Idec Adriana Charoux, sem acesso a
essas informações, a compra do cliente fica limitada. "As montadoras
são as únicas a lucrar. Elas omitem as informações da liberação dos
gases. Deveria haver uma lei que as forçasse à divulgação", diz a
pesquisadora. Ainda não há uma lei, mas já existem programas de
incentivo para que o consumidor fique atento à poluição que o veículo
emite e à eficiência energética.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), por exemplo, desenvolveu o programa Nota Verde, que
realiza testes em todos os carros antes do lançamento no mercado. São
medidos o volume de poluentes convencionais emitidos, como o monóxido
de carbono(CO), além do nível de emissão de dióxido de carbono (CO2),
principal responsável pela destruição da camada de ozônio. O teste leva
em consideração o combustível utilizado, já que a gasolina é derivada
do petróleo, forte emissor de CO2 e o álcool é um combustível cuja
matéria-prima é a cana-de-açúcar e polui menos.

Foi pelas informações do Ibama, que a educadora infantil Marília
Bombardi, de 25 anos, escolheu o modelo do seu primeiro carro. Em 2009,
o Ford Ka 1.0 foi considerado o carro menos poluente pela pesquisa. "Eu
estava indecisa, pois todos os carros populares possuíam praticamente o
mesmo preço. Quando vi que o Ka era o mais ecologicamente correto,
optei por ele", contou a educadora que a cada seis meses vai à
concessionária da Ford para trocar o catalisador.

Na semana passada, a Caixa Econômica Federal criou o Crédito Auto
Ecoeficiente. Os consumidores que optarem pelos carros menos poluentes
– de acordo com a classificação do Nota Verde – poderão financiar
veículos novos com taxa de juros a partir de 1,39% ao mês. O juro comum
gira em torno de 3% ao mês. E os incentivos não limitam-se ao
consumidor. As montadoras também são alvo da conscientização dos
benefícios econômicos e ambientais que carros ecologicamente corretos
podem trazer.

Há dois anos, foi lançado o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular
(PBEV) – coordenado pelo Instituto de Normalização, Metrologia e
Qualidade Industrial (Inmetro)- que avalia a eficiência no consumo de
combustível. Porém, o Idec constatou que apenas seis montadoras
aderiram ao PBEV. Mesmo assim, as informações da Ford, Fiat,
Volkswagen, Renault, Toyota e Kia (não fez parte da pesquisa do Idec)
estão disponíveis apenas no site do Inmetro.

Mas isso vai mudar. A partir de 2012, todos os carros novos das
fabricantes que aderiram ao programa terão de chegar ao mercado com uma
etiqueta classificatória em A, B, C, D ou E. Na etiqueta, que terá de
ser fixada no vidro, o consumidor saberá quantos quilômetros o carro
faz com um litro de álcool ou de gasolina. Além disso, o volume de
gases emitidos também aparecerão.

Outro estímulo do governo promete às empresas que investirem em
tecnologias para fornecer motores mais eficientes e que emitam menor
quantidade de gases nocivos ao meio ambiente vantagens com a redução do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O objetivo do governo é
transformar o Brasil numa plataforma de produção de tecnologia limpa e
uma referência em termos de combinação de economia com preservação
ambiental. -- http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/17010


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Linux 3.0.0: Sneaky Weasel
http://www.youtube.com/DanielFragaBR

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