Com a emergência de gigantescas redes sociais virtuais, como o Facebook, a internet configura a sua utopia máxima: todos somos iguais. E, se somos todos iguais, não precisamos mais de eleições, pois não precisamos ser representados. Todos nos representamos no espaço democrático da internet. O raciocínio é tentador, mas, para o filósofo espanhol Jesús Martín-Barbero, é mentiroso --e temerário. "Nunca fomos nem seremos iguais", ele diz, e na vida cotidiana continuaremos dependendo de mediações para dar conta da complexidade do mundo, seja a mediação de partidos políticos ou a de associações de cidadãos.
Leticia Moreira/Folha Imagem |
Filósofo espanhol Jesús Martín-Barbero, 71, afirma que utopia de democracia direta e igualdade total na web é mentirosa e incerta |
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