quinta-feira, 4 de junho de 2009
Futuro sombrio
Como muitos leitores pediram, arrisco um comentário sobre educação. A situação, como se sabe, é péssima e, por paradoxal que pareça, isso ainda não é o pior. O que me preocupa é que, "ceteris paribus", são mínimas as chances de o panorama vir a melhorar no espaço de uma ou duas gerações. Um rápido passeio pelas manchetes das últimas semanas permite avaliar o tamanho do buraco. Comecemos pela mão de obra. Levantamento feito pelo IBGE mostrou que a desqualificação é generalizada. Dos professores que estão dando aulas para a 5ª a 8ª séries, 21,3% nem ao menos concluíram a faculdade. Por lei, deveriam ser diplomados em algum curso superior e ainda ter feito licenciatura. Os meios de produção parecem ainda mais inadequados. Na versão benigna, contamos com uma burocracia pedagógica especialmente burra, que nem ao menos lê os livros que distribui para os alunos. A não leitura (ou leitura limitada à ementa) é a única explicação para o fato de a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo ter mandado para crianças da 3ª série, isto é, com 9 anos, obras repletas de imagens sexuais, palavrões e ironias de difícil apreensão. (Na interpretação menos benevolente, a estrutura seria permeável a os interesses comerciais das grandes editoras, as quais, aparentemente, tampouco leem o que publicam.) Leia mais (04/06/2009 - 00h01)
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