quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sarney não lembra de ter usado nome da Abin em conversa

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Em entrevista coletiva concedida na tarde hoje (12) o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que não lembra de ter usado o nome da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um diálogo interceptado pela Polícia Federal entre ele e seu filho, o empresário Fernando Sarney.

“Não estou certo que o diálogo é verdadeiro. Não me lembro de ter tratado do nome da Abin”, afirmou o peemedebista, acrescentando que a interceptação revela uma conversa de ordem pessoal entre pai e filho.

Feito com autorização judicial, o grampo revela que Sarney questionou a seu filho se ele havia recebido informações “da Abin”, supostamente a respeito de uma ação judicial que corria sob sigilo.

O diálogo, gravado em 17 de abril do ano passado, mostra Fernando perguntando ao senador se ele tinha notícias de um processo sob segredo de Justiça ajuizado na 1ª Vara da Justiça do Maranhão, reduto eleitoral do clã dos Sarney.

“Não, até agora não me deram nada”, diz Sarney. “Muito bem, mas aqui eu já tive notícia, aqui do Banco da Amazônia”, responde Fernando, para ouvir do pai a menção à agência. “É, né? Da Abin?”, questiona o senador. “Também”, responde Fernando.

Aos jornalistas, José Sarney afirmou que a conversa revela que seu filho “tem mais calma” do que ele próprio. “É uma conversa na qual ficamos muito bem”, avalia.

Além disso, os grampos da PF apontam que o peemedebista discutiu o uso das empresas de comunicação da família – a TV Mirante (afiliada da Rede Globo) e o jornal O Estado do Maranhão – para veicular denúncias contra pessoas do grupo do governador Jackson Lago (PDT). O governador derrotou a senadora Rosena Sarney (PMDB-MA), filha de Sarney, nas eleições de 2006.

Agaciel e verba indenizatória

Ainda na coletiva, Sarney negou qualquer pedido a seus antecessores no sentido de manter no cargo o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. “Posso assegurar que nunca pedi”, afirmou.

No ano passado, o Ministério Público Federal chegou a apresentar denúncia contra Agaciel e o senador Efraim Morais (DEM-PB), então primeiro secretário do Senado, por supostas irregularidades nos contratos de empresas terceirizadas da Casa. Contudo, parecer do corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), isentou Efraim e Agaciel. (leia mais)

Sarney também não descartou detalhar o uso da verba indenizatória dos senadores. “Podemos chegar a essa decisão.” Desde o ano passado, os gastos dos senadores com a verba indenizatória são divulgados. Contudo, não há detalhamento, mas apenas o valor total das despesas.

Conforme revelou nesta quinta-feira o Congresso em Foco, a Câmara possui um sistema de acompanhamento detalhado, nota por nota, dos gastos feitos pelos parlamentares com a verba indenizatória. Mas as informações detalhadas permanecem em sigilo. (leia mais) (Rodolfo Torres)

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