URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1421
A semana de trabalho mais curta é uma invenção inteiramente capitalista. À medida que os investimentos em capital -- isto é, em máquinas, equipamentos e instalações -- levaram a um aumento na produtividade marginal dos trabalhadores ao longo do tempo, foi possível que uma quantidade menor de trabalho gerasse os mesmos níveis de produção. À medida que a concorrência foi se tornando mais intensa, vários empregadores passaram a competir pelos melhores empregados. E esta competição se deu de duas maneiras: oferecendo salários maiores e horas de trabalho menores. Aqueles que não oferecessem semanas de trabalho menores eram obrigados pelas forças da concorrência a compensar esta desvantagem oferecendo salários maiores -- caso contrário, estes empreendedores se tornariam pouco competitivos junto ao mercado de trabalho, ficando sem mão-de-obra qualificada.
A concorrência capitalista, não obstante as alegações contrárias dos sindicalistas, também explica por que o "trabalho infantil" desapareceu nos países ricos. Antigamente, os jovens deixavam o campo e iam para a cidade trabalhar sob condições severas nas fábricas porque isso era uma questão de sobrevivência para eles e para suas famílias. Porém, à medida que os trabalhadores foram se tornando mais bem pagos -- graças aos investimentos em capital e aos subsequentes aumentos na produtividade --, um número cada vez maior de pessoas passou a poder se dar ao luxo de manter seus filhos em casa e na escola. As legislações, apoiadas pelos sindicatos, proibindo o trabalho infantil só surgiram depois que o trabalho infantil já havia declinado.
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