terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Para conselheiros, promessas de Kassab não sairão" - Jornal da Tarde | Rede Nossa São Paulo

CRISTIANE BOMFIM

Nem os cinco representantes da população para fiscalizar a Agenda 2012
acreditam que as 223 metas propostas pelo prefeito Gilberto Kassab
serão cumpridas. Um ano e cinco meses depois de eleitos, eles afirmam
que promessas importantes, como a construção de três hospitais ou ainda
atender 100% das crianças cadastradas em creches, dificilmente vão
virar realidade. Também desconfiam que itens considerados simples, como
a construção de ecopontos e programas de zeladoria da cidade,
estipulados no Plano de Metas, foram deixados de lado.

"A Prefeitura está fazendo menos do que poderia fazer. A impressão que
tenho é de que as metas deixaram de ser prioridade", afirma Cleide
Coutinho do Nascimento, de 38 anos, conselheira que representa a zona
oeste.

Candidatos voluntários ao cargo e eleitos pela população, cada
conselheiro representa uma região da cidade. Reivindicam, em primeiro
lugar, metas que atingem diretamente a área onde vivem, mas concordam
que saúde, educação e zeladoria são prioridades gerais.

Para a zona leste, por exemplo, a grande preocupação da conselheira
Fátima Andrijic Marinera, de 50 anos, é o cumprimento da meta 199, que
promete desenvolver a Operação Urbana Rio Verde-Jacu, mas ainda está em
fase de "contratação de estudos urbanísticos", segundo o site da Agenda
2012. "O índice de desemprego na zona leste é muito grande e essa meta
é fundamental para trazer emprego, mas talvez não dê tempo de ser
realizada nesta gestão", diz Fátima, que define o Plano de Metas como
"um programa muito audacioso", mas difícil de ser cumprido em quatro
anos.

Representante da região central, o publicitário Alberto Gattoni, de 71
anos, afirma que as metas "não são factíveis" e lamenta que os
hospitais (metas 1, 2 e 3) e as dez unidades de atendimento
odontológico (meta 5) não serão entregues. "Não vai dar tempo, mas elas
são de indiscutível importância", diz. Para ele, os principais
problemas do centro da capital são o abandono e o "enorme" número de
moradores de rua.

"O que estão fazendo com nosso dinheiro?", questiona o empresário Luiz
Augusto Gonçalves Barbosa, conselheiro da zona sul, onde só um dos nove
terminais de ônibus prometidos na meta 92 foi entregue. Outras
prioridades, como hospital, creches, áreas de lazer e melhoria no
transporte público, também não saíram do papel. "Acho que nenhuma meta
de grande relevância está sendo cumprida. Isso me deixa muito triste."

Único dos seis representantes a não dar entrevista sobre a situação das
metas, o conselheiro da zona norte, João de Favari, estava fora do País
na semana passada.

Desde março do ano passado, quando o conselho consultivo foi criado,
foram realizadas três reuniões. Os intervalos muito espaçados e o tom
de prestação de contas dos encontros incomodam os cinco representantes.
"Cheguei a pedir reuniões mensais. Disseram que iriam analisar, mas
nada mudou", diz Gattoni. "Além disso não posso dizer se minhas
considerações são colocadas em prática ou não. Os representantes da
Prefeitura ouvem, mas não dão nenhum retorno", ressalta.

Outra reclamação é que o site da Agenda 2012 demora a ser atualizado.
"Fica difícil acompanhar como está cada meta", afirma Cleide. Até a
noite de sexta-feira, constava no portal que apenas 35 das 223 metas
foram concluídas. -- http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16782


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