segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os empregos e as importações

URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1084


plano-brasil-maior.jpegO emprego sempre foi e sempre será um fenômeno relacionado à produtividade e ao custo da mão-de-obra.  Em uma economia de mercado, tanto em épocas de crescimento quanto em momentos de recessão, a demanda por uma mão-de-obra que faça contribuições positivas sempre será ilimitada.  Aquela mão-de-obra que custa mais do que pode produzir -- seja ela não-qualificada ou seja ela detentora de três diplomas -- não possui nenhuma demanda.  Do ponto de vista dos potenciais empregadores, ela é absolutamente "improdutiva".  Isso é válido para atores de cinema e para administradores, para analistas de sistemas, programadores de softwares, engenheiros de automação e cientistas aeronáuticos.  Se Ph.D.s em matemática não estão conseguindo encontrar empregos, é porque seus potenciais empregadores acreditam que eles são bastante "improdutivos" considerando-se o custo total de sua mão-de-obra em relação à sua produtividade.

Boa parte da mão-de-obra que possui diploma universitário está desempregada porque está fora de sintonia com o mercado de trabalho.  São pessoas que foram educadas de acordo com currículos formulados por burocratas do Ministério da Educação e fartamente financiadas por impostos.  Não estão acostumadas a cobranças e à realidade do mercado.  Sob esse arranjo, vários diplomados estão extremamente mal equipados para ocupar empregos úteis.  Daí o apagão da mão-de-obra qualificada e o crescente aumento de pessoas diplomadas trabalhando em empregos fora da área em que formaram; empregos estes (teoricamente) abaixo de sua qualificação. 

Em praticamente todos os setores da economia, os empregadores fornecem cursos de treinamento para aumentar o conhecimento e a produtividade de seus contratados, pois estes saíram das universidades sem saber nada.  Porém, tais empregadores não ofertarão tais programas de treinamento caso os custos deste sejam proibitivos em relação ao que o trainee pode produzir, de modo que os resultados finais do treinamento sejam insuficientes para cobrir as despesas do processo.

Os empreendedores de sucesso estão continuamente se ajustando às alterações na demanda, na oferta, na tecnologia, nos custos de transporte, nos custos da mão-de-obra e do capital, nas regulamentações e nos obstáculos governamentais, nos impostos, na burocracia, na concorrência doméstica e internacional.  Cada indivíduo inserido na ordem de mercado está sob pressão para se ajustar a essas mudanças e, com isso, se manter produtivo.  É claro que ele também é livre para ignorar as pressões; a datilógrafa pode perfeitamente continuar querendo apenas teclar sua máquina de escrever.  O que ela não pode é insistir que ela seja subsidiada por outros trabalhadores e empregadores.

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