sábado, 2 de julho de 2011

Uma dica aos gregos: austeridade é bom

URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1029


11180337.jpegAinda na semana passada, manifestantes gregos tomaram as ruas para protestar.  Eles estavam enviando uma mensagem ao governo grego: nada de cortes no orçamento.  De certa forma, a decisão dos ministros das finanças durante o fim de semana enviou uma mensagem em resposta.  Se os cortes não ocorrerem como prometido pelo governo grego, não haverá um novo pacote de socorro. Ontem, o congresso grego aprovou um pacote de austeridade.  Resta saber se irá implantá-lo.

Chegou a hora da verdade.  O governo grego está encurralado.  Os manifestantes parecem representar a maioria dos eleitores gregos.  Se o governo de fato fizer os cortes de gasto, ele provavelmente perderá a próxima eleição.  Se ele se recusar a fazê-lo, pode não receber a próxima rodada de empréstimos.

Os políticos do norte da Europa podem estar blefando.  Eles estão colocando em risco grandes bancos europeus detentores de títulos da dívida grega.  Se a Grécia der o calote na sua dívida, os grandes bancos terão prejuízos substanciais.  O mesmo ocorrerá com os bancos americanos, que venderam aos bancos europeus seguros contra calotes.  Trata-se de um jogo político para ver quem é o covarde.  O destino do euro está em jogo.  Se o governo grego decidir sair da União Monetária Europeia e retornar à sua própria moeda, os governos de Portugal e Espanha também começarão a ver a luz no fim de seus respectivos túneis fiscais.

Governos sempre resistem à austeridade.  Políticos compram votos com os gastos governamentais.  Porém, como na Europa eles não controlam diretamente seus sistemas monetários domésticos, eles acabam tendo de recorrer ao endividamento e aos impostos para financiar seus gastos.  Eles não podem pedir aos seus respectivos bancos centrais para darem ordens aos bancos para criarem moeda fiduciária e comprar títulos públicos.  Isso deixa os governos à mercê dos investidores que compram títulos, os quais são notoriamente inclementes.  Esses investidores podem vetar planos de políticos ao simplesmente se recusarem a continuar emprestando a juros baixos.  Ao fazer isso, eles obrigam os políticos a pagarem juros mais altos.  E os políticos odeiam isso.  Se os juros subirem muito, isso pode causar uma recessão.  Por isso, políticos preferem ocultar essa situação fazendo com que o banco central se torne o emprestador de última instância.  Porém, o Banco Central europeu vem se recusando a jogar esse jogo.

A Grécia é agora a situação de teste.  A Islândia ludibriou os bancos europeus e deu o calote na sua dívida externa.  Até agora, isso fez com que a economia islandesa ressuscitasse, algo que a mídia não discute em detalhes.  A Islândia se saiu melhor que a Irlanda, que se curvou à União Europeia e ao Banco Central Europeu.

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