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A extensão territorial do mercado que um dado monopólio é capaz de suprir depende de dois fatores: a diferença entre os custos por unidade produzida do monopolista e estes mesmos custos de seus potenciais concorrentes, o que irá determinar a margem de superioridade do monopolista, e os custos por unidade transportada, que são determinados pela natureza do produto e pelas distâncias envolvidas. Uma mercadoria volumosa como cimento, por exemplo, gera custos de transporte muito altos. Consequentemente, o mercado de um monopolista de cimento será relativamente pequeno, pois um aumento na distância da fábrica até o consumidor irá aumentar substantivamente seus custos unitários. Por outro lado, mercadorias cujos custos de transporte são baixos, como relógios ou diamantes, podem ser distribuídas ao longo de várias áreas distantes entre si.
Essa análise da extensão territorial dos mercados também revela que os monopólios de itens volumosos estão em uma posição relativamente favorável para conduzir suas políticas monopolistas. Ao passo que um fabricante de relógios tem de enfrentar todos os seus concorrentes estrangeiros ao redor do globo, um produtor de cimento estará pouco preocupado com a concorrência de outro produtor localizado a 500 quilômetros de distância. Ele de fato pode se sentir tentado a restringir sua própria produção para, com isso, elevar os preços a fim de maximizar sua renda. Porém, é claro, tal medida iria estimular outros produtores a entrar em seu mercado, acabando com seu monopólio. Uma outra grande empresa rapidamente iria construir uma fábrica moderna naquele território. Com uma fábrica totalmente nova e contando com a boa vontade de todos os consumidores, ela sem dúvidas iria superar o monopolista.
Resta evidente que uma mudança nos custos de transporte, na tecnologia empregada na produção, no gerenciamento das empresas, ou em qualquer outro fator relacionado aos custos pode causar transtornos para uma posição monopolista. Da mesma forma, uma empresa monopolista que cresce além do ponto de otimização está flertando com o fracasso, pois seus custos unitários de produção tendem a voltar a subir. A empresa monopolista que desconsiderar este fato estará abrindo as portas para potenciais concorrentes invadirem seu território, produzirem a custos mais baixos e, com isso, reduzirem a monopolista novamente ao seu tamanho ótimo. Portanto, não há nenhuma necessidade de o governo atacar uma empresa gigante. Caso ela de fato esteja excessivamente grande, seus concorrentes irão reduzi-la utilizando o próprio mercado.
Isso não significa que se esteja negando o fato de que, mesmo em uma economia capitalista de livre mercado, um monopólio possa temporariamente reduzir sua produção e cobrar preços monopolistas. Após ter atingido uma posição monopolística em decorrência de sua eficiência, um empreendedor pode, dali em diante, tentar pôr em prática políticas monopolistas.
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