Diretor reafirma que não fará continuação de 'Avatar' na Amazônia.
Sequência deve mostrar, além da floresta, também a vida no oceano.
Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em Manaus – o jornalista viajou a
convite da Seminars
O cineasta James Cameron, diretor de "Avatar", pediu
neste sábado (27) que o governo brasileiro volte a refletir sobre a
construção da usina de Belo Monte, no Pará. "Imploro que o presidente
Lula reconsidere esta obra", disse, depois de apontar que a megausina,
que deve ser licitada em breve, causará o desvio das águas do Rio Xingu
e pode afetar 25 mil moradores locais.
A jornalistas ele explicou que amigos ambientalistas lhe falaram do
projeto, e que pretende ir até a região para conhecer melhor os
problemas que o empreendimento pode causar. O cineasta se disse
entusiasta de formas alternativas de energia, como a eólica e a solar,
embora considere a hidrelétrica também adequada para regiões de menor
impacto, como o deserto.
Cameron participa do Fórum Internacional de Sustentabilidade, encontro
de empresários para discutir temas relacionados ao meio ambiente, em
Manaus.
Durante sua fala, ele admitiu que não é ambientalista ou economista
para dar recomendações e, em outro momento, ressaltou saber que os
brasileiros não simpatizam com a idea de que americanos, que são os
maiores poluidores do planeta, lhes digam o que fazer para preservar a
natureza. Embora canadense, Cameron reside há décadas nos EUA.
Ele afirmou também que o Brasil "deve ser celebrado por causa de seu
uso de biocombustíveis". O cineasta reforçou acreditar que a humanidade
está levando a humanidade ao seu limite. "O que acontece quando a
capacidade de suportar deste planeta for excedida?", perguntou. Cameron
criticou, em especial, a forma como se lida com a energia. "Não podemos
trazer a alface da nossa salada de três mil milhas de distância",
afirmou.
Novo filme
"Avatar", explicou, diferentemente de "Verdade Inconveniente", o filme
de Al Gore, não pretende munir o expectador com informações sobre as
mudanças climáticas e o meio ambiente, mas criar indignação. "Foi
criado para trazer uma resposta emocional, visceral", disse. "Acredito
que está na hora de acordarmos e prestarmos atenção no que está
acontecendo".
Mais uma vez, o diretor rejeitou a possibilidade de rodar uma
continuação de "Avatar" na Amazônia brasileira, ou mesmo na Venezuela,
como diziam rumores nos últimos dias. Ele ressaltou que o longa foi
feito com computação gráfica e que "nem uma folha" que aparece durante
a aventura é real.
O governador do Amazonas, Eduardo Braga, convidou o canadense a
produzir um filme no estado, e Cameron não descartou. "Talvez um
documentário", disse.
Ainda sobre "Avatar 2", o diretor adiantou que o novo longa deve
mostrar, além da floresta, também a vida no oceano de Pandora, o
planeta fictício onde a trama da primeira parte se desenvolve. --
http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1547654-16052,00.html
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