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Reportagem do Estadão:
O risco de desabastecimento de combustíveis em dezembro está vinculado à incapacidade da Petrobrás e das distribuidoras de trabalhar com uma carga importada que supere os 100 mil barris diários. A logística de recebimento das cargas cada vez maiores de gasolina importada pela Petrobrás tem limite.
A recente decisão da companhia de reduzir estoques de combustíveis acrescenta mais pressão sobre a logística, já que será necessário uma maior agilidade na reposição dos produtos. A redução de estoques é uma estratégia para transformar o combustível armazenado em dinheiro para investimentos.
No primeiro semestre deste ano, a companhia, ao projetar a necessidade de compra de combustíveis no exterior em dezembro, concluiu que a partir de 100 mil barris por dia a infraestrutura de recebimento, tancagem, estoque e distribuição poderia vir a ser afetada. Mais do que essa quantidade, as dificuldades tenderão a se avolumar em todos os setores do abastecimento de combustíveis.
A demanda de gasolina vendida pela Petrobrás cresceu 19% de janeiro a setembro, ante o mesmo período de 2011. No caso do diesel, a alta foi de 6%. O aumento no volume de vendas de derivados no mercado interno foi suportado em grande parte por importações, que também exigem infraestrutura para receber, armazenar e distribuir os produtos.
De acordo com o último balanço da Petrobrás, referente ao terceiro trimestre do ano, a importação excessiva é um dos principais motivos para o crescimento de 29% no custo de produtos vendidos (R$ 34,6 bilhões) de janeiro a setembro em relação ao mesmo período de 2011.
Recorde. O consumo continua acelerando. Apenas no terceiro trimestre houve alta de 4% na demanda de diesel e gasolina, em relação ao trimestre anterior. De janeiro a setembro de 2012, a Petrobrás importou, em média, 72 mil barris diários de gasolina, ante 27 mil comprados de outros países no mesmo período do ano passado. A empresa calcula que o consumo no Brasil será recorde neste ano, podendo chegar a 40 bilhões de litros.
O problema que preocupa a Petrobrás e o governo federal é que no bimestre novembro/dezembro o consumo de combustíveis costuma aumentar pelo menos 10% na comparação com os demais bimestres, embora, classicamente, as médias sejam variáveis. O motivo da disparada é simples: o início das férias escolares e das viagens costumeiras no período de Natal e Ano Novo.
O crescimento tem relação com o aumento do poder aquisitivo da população e com a decisão do governo de reduzir o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis para estimular a indústria. As vendas de veículos cresceram e o consumo de gasolina e diesel, também.
Em dezembro de 2011, quando a Petrobrás atingiu o recorde de 90 mil barris importados por dia, o sistema de logística montado pela companhia quase entrou em colapso. Desde meados deste ano que desabastecimentos pontuais têm ocorrido no País.
Já houve episódios na Região Centro-Oeste, no Amapá e no Rio Grande do Sul. Essa eventual falta de combustíveis não foi creditada, oficialmente, à carência de infraestrutura de recebimento, mas a problemas climáticos, como tempestades que impediram a atracação de cargueiros com combustível, no caso do Rio Grande do Sul. No caso do Amapá, à falta de etanol para misturar na gasolina.
Em busca de uma solução para o problema neste fim de ano, o governo criou uma comissão mista, formada por representantes do Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Petrobrás, entidades representativas de distribuidoras e de produtores de etanol.
O grupo montou um plano de emergência com o objetivo de afastar o risco de uma crise de desabastecimento em dezembro, o que, na avaliação do governo, seria trágico para a imagem do País e para a credibilidade da Petrobrás diante dos mercados nacional e internacional.
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Um comentário:
caraca! isso é extremamente grave!! fiquei sabendo lendo seu blog, nao vi em nenhum jornal isso. é verdade que nao tenho tido muito tempo pra ler ou ver, pelo menos saiu no estadao, mas isso deveria ser materia de destaque nos principais portais ate mesmo locais..
talvez com isso a ideia de privatizacao da petrobras ganhe força novamente, ja que ano a ano prova-se ineficiente.
essa noticia é a maior prova de como uma empresa estatal é incapaz de ser eficiente
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