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Suponha que, em uma economia formada por um padeiro, por um sapateiro e por um cultivador de tomates, surja um quarto indivíduo. Esse indivíduo é um criminoso que exerce sua demanda por bens pelo uso da força. Pergunta: poderia tal demanda gerar uma maior produção, exatamente como acredita o pensamento popular? Pelo contrário, ela irá empobrecer os produtores. O padeiro, o sapateiro e o agricultor serão forçados a abrir mão de seu produto a troco de nada, e isso por conseguinte irá debilitar o fluxo da produção de bens de consumo.
Dado que o governo não produz nenhuma riqueza real, ele obviamente não pode poupar e, consequentemente, não pode financiar nenhuma atividade. Logo, quando o governo se envolve em alguma atividade, ele deve necessariamente retirar seu financiamento -- isto é, poupança real -- dos geradores de riqueza.
O que permite a expansão na oferta de bens de consumo é o aumento na quantidade de bens de capital, de ferramentas e de maquinário. O que, por sua vez, permite o aumento da quantidade de ferramentas e maquinário é a poupança real. Podemos, assim, deduzir que o aumento no consumo deve estar em linha com o aumento na produção. Disso podemos deduzir que um aumento no consumo não pode fazer com que a produção aumente em um múltiplo desse aumento no consumo. Isso é algo que não faz sentido. O aumento na produção sempre vai estar rigorosamente de acordo com o que o conjunto da poupança real permite. Uma expansão da oferta monetária pode apenas rearranjar os fatores de produção (bens de capital, mão-de-obra etc.); ela não pode por si só aumentar a produção. A produção não pode se expandir sem o suporte da poupança real -- isto é, algo não pode surgir do nada. Se uma expansão monetária "aumentou" a produção, é simplesmente porque havia poupança real disponível para tal.
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