segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Na Rua pelo Direito de Ir e Vir" - portal Quatro Cantos | Rede Nossa São Paulo

Como parte das ações do Moving Planet, jovens enfrentam sábado frio e
vão à Paulista exigir políticas de mobilidade para a cidade.

Um grupo de cerca de 300 manifestantes, em sua maioria jovens, parou
duas faixas da Avenida Paulista, na tarde deste sábado, exigindo um
plano de mobilidade para a cidade de São Paulo. Portando faixas,
cartazes, uma enorme bandeira e até uma bateria, o grupo saiu do MASP
por volta das 16 horas em direção ao espaço Matilha Cultural, na Rua
Rêgo Freitas, de forma bastante irreverente, gritando "Ei, Kassab, vai
tomar Metrô!".

A manifestação é parte do movimento internacional Moving Planet,
idealizado pela ONG 350.org, em parceria com diversas organizações da
cidade de São Paulo. Essas mobilizações são organizadas em cidades do
mundo todo, pautando-se pelos problemas ambientais e de
sustentabilidade, e exigindo melhorias nas condições de vida da
população da local. Este ano foram mais de 2 mil ações, em 175 países.

De acordo com a coordenadora do GT de Mobilidade da Rede Nossa São
Paulo, Asuncion Blanco, o objetivo do ato é exigir da Prefeitura um
plano de mobilidade que priorize o transporte público e garanta que a
cidade seja das pessoas. Segundo ela é preciso "conscientizar a
população que a Secretaria de Transportes tem 15 milhões de Reais para
desenvolver um Plano de Mobilidade e não está utilizando". Asuncion diz
ainda que foram realizadas várias reuniões com vereadores, onde foi
acordada a destinação desse valor para realização de estudos que
viabilizassem a proposta. O problema se agrava agora, pois, se o plano
não for realizado até o final deste ano, o dinheiro volta para a Câmara
dos Vereadores.

A coordenadora da 350.org no Brasil, Paula Collet, acrescenta que "hoje
em dia a cidade está feita para os carros e não para a gente". Ela
coloca que são exigências do plano que o sistema de transporte público,
ônibus, trens e metrô, funcione 24 horas; a redução do valor das
tarifas; e a priorização do transporte coletivo sobre o individual.

Sobre o porque de a Secretaria de Transportes não dar sequencia ao
desenvolvimento do plano, embora já haja um processo de discussões e
verba para tal, Paula pondera que este é o grande problema social do
Brasil hoje em dia, onde o interesse de poucos se sobrepõe ao interesse
de muitos. "Queremos a retomada da cidade pelas pessoas", finaliza.

Pode-se dizer que o objetivo foi alcançado. Ao menos nas três horas que
durou a manifestação, com a tomada de duas faixas da Avenida Paulista
pelos manifestantes com a enorme bandeira onde se lia: "A cidade é
nossa!". Animados, apesar da fina garoa e do vento gelado, os
manifestantes ainda posaram para uma foto aérea de uma imensa seta
composta por eles mesmos. O designer Fábio Souza, ciclista, diz que
quem se locomove sem carro se sente diretamente excluído pela cidade,
pois os outros meios são muito precarizados. Segundo ele, "a cidade de
Bogotá, na Colômbia tem 180 quilômetros de ciclovias, extensíveis a 300
quilômetros em alguns dias. Se lá é possível por que aqui não?".

Procurada para se manifestar sobre a não realização do Plano de
Mobilidade, até a manhã de hoje, Secretaria Municipal de Transportes
não havia respondido à nossa solicitação. --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16962


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Linux 3.0.0: Sneaky Weasel
http://www.youtube.com/DanielFragaBR

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