URL: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1079
Não que antes daquela fatídica data houvesse de fato um padrão-ouro. Longe disso. A maioria dos países já havia rompido qualquer elo direto entre suas moedas e o ouro muitos anos antes. Os cidadãos americanos ainda estavam proibidos, pelo seu próprio governo, até mesmo de portar ouro privadamente. Não obstante, um tênue elo entre o dólar e o ouro ainda existia. Sob o novo arranjo monetário criado após a Segunda Guerra Mundial, o dólar havia se tornado a moeda de reserva internacional, e os bancos centrais de todo o mundo receberam uma garantia dos EUA de que poderiam trocar suas reservas em dólares por ouro a um preço fixo. Porém, naquela data de 1971, os EUA deram calote nessa promessa e, ato contínuo, removeram o último obstáculo para a ilimitada produção de dinheiro de papel. Após o decreto de Nixon, os bancos centrais estrangeiros não mais poderiam trocar seus dólares acumulados por ouro ao preço oficial de US$ 35 a onça. Com efeito, eles simplesmente não mais poderiam exigir que o governo americano redimisse dólares em ouro.
Após esse evento, conhecido como "o choque de Nixon", o dinheiro em todo o mundo tornou-se meramente uma moeda de papel sem lastro -- ou, cada vez mais, uma moeda eletrônica --, que poderia ser criada por produtores privilegiados -- bancos e bancos centrais -- praticamente sem limite. (E hoje, como consequência dessa liberdade para se inflacionar, o atual preço do ouro já está acima dos US$1.600!)
O sistema de Bretton Woods foi, assim, oficialmente extinto naquela data, e o dólar se tornou uma moeda totalmente fiduciária, lastreada não por ouro mas sim pela simples promessa do governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário