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Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O Brasil todo acordou para o que está acontecendo na economia, à exceção aparente de uma pessoa: justamente aquela que comanda o Ministério da Fazenda. Editoriais dos mais importantes jornais, reportagens, artigos, todos têm mostrado que a inflação é uma ameaça e que os cortes nos gastos públicos são uma necessidade urgente. O presidente do FMI falou em "superaquecimento", o IBGE divulgou um crescimento muito acelerado da demanda doméstica no quarto trimestre de 2010, as projeções de inflação para 2011 já sinalizam ficar fora da meta do Banco Central, mas a ficha parece ainda não ter caído para Guido Mantega.
Em seu excelente artigo de hoje no GLOBO, o professor de economia da PUC, Rogério Werneck, mostra que o ministro insiste em fazer malabarismos, negando-se a aceitar que o problema inflacionário decorre dos excessos fiscais e monetários de 2010. Segundo Werneck, duas possibilidades existem para a negação do ministro: 1) sua verdadeira visão equivocada de macroeconomia, respaldada por declarações do próprio ministro, que parece acreditar que gastança pública e crédito turbinado não causam pressão inflacionária; 2) o custo político que existiria caso ele fizesse um mea culpa e reconhecesse que os problemas atuais foram plantados pela sua própria gestão durante o governo Lula.
Independente da causa, o fato é que Mantega insiste em negar o óbvio: a economia brasileira corre o risco de sair do trilho se cortes efetivos nos gastos públicos não ocorrerem. O governo Lula, com Mantega no ministério, abusou da irresponsabilidade fiscal, e os bancos públicos injetaram muita liquidez no sistema. O governo Dilma, com Mantega no ministério, anuncia "cortes" tímidos no Orçamento, que na verdade ainda representa aumento de gastos públicos no ano. E não satisfeito, o governo capitaliza o BNDES em R$ 55 bilhões para turbinar ainda mais o crédito, sem falar de outros aumentos de gastos, como o Bolsa Família e novas contratações. O governo está brincando com fogo. E, por não fazer o que deve ser feito, já fala em aumento de impostos, sobre uma das maiores cargas tributárias do mundo em desenvolvimento.
Creio que, diante das evidências, pode-se concluir, parafraseando um metalúrgico que se tornou um rico garoto-propaganda de grandes empresas: "Nunca antes na história deste País" alguém tão medíocre ocupou cargo tão poderoso.
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