terça-feira, 5 de abril de 2011

Prefeitura cria sete novos conselhos tutelares, mas não atende toda demanda | Rede Nossa São Paulo

Conselheiros avaliam que ampliação do número, de 37 para 44, representa
avanço, mas quatro regiões da cidade com mais de 400 mil pessoas
continuarão tendo apenas um conselho

Airton Goes airton@isps.org.br

A Prefeitura Municipal decidiu ampliar a quantidade de conselhos
tutelares em São Paulo, de 37 para 44. O novo número, entretanto, não é
suficiente para atender a recomendação do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que prevê a existência
de um conselho para cada grupo de 200 mil pessoas.

Com a decisão, a média da cidade, que é de um órgão para cada grupo de
304 mil habitantes, passará para um conselho tutelar a cada grupo de
255 mil moradores.

Divulgado na semana passada, o decreto, que cria os sete conselhos
tutelares – Bela Vista, Brasilândia, Cangaíba, Grajaú II, Parque São
Rafael, Pedreira e Rio Pequeno/Raposo Tavares –, visa também
reorganizar a área de abrangência dos já implantados.

Mesmo após a reorganização e a instalação dos novos órgãos de defesa
dos direitos da criança e do adolescente – o que deverá ocorrer após a
eleição dos conselheiros tutelares de toda a cidade, marcada para julho
–, quatro conselhos continuarão responsáveis por regiões com mais de
400 mil habitantes. São os conselhos tutelares do Itaim Paulista e Vila
Curuça (401 mil moradores), Pirituba (425 mil), Ipiranga (450 mil) e
Campo Limpo (569 mil).

Para os conselheiros tutelares que atuam em subprefeituras onde será
instalado outro conselho, o decreto da prefeitura representa a
conquista de uma demanda da sociedade. "É um avanço muito grande, pois
atualmente não conseguimos atender todas as pessoas que nos procuram em
função de violências, maus tratos e outros casos", afirma o conselheiro
tutelar da Cidade Ademar, Geraldo Henrique.

Com a criação do Conselho Tutelar da Pedreira, futuramente Henrique e
os outros quatro conselheiros da Cidade Ademar irão atender apenas os
moradores do distrito, o que representa redução de 414 mil para 273 mil
habitantes em sua área de abrangência. "Nosso ganho é que a região [que
inclui os dois distritos] terá mais zeladores dos direitos da criança e
do adolescente", constata.

Ele considera, porém, que a criação dos novos conselhos precisa ser
complementada com medidas destinadas a melhorar a estrutura de trabalho
dos conselheiros. "Os dois telefones celulares utilizados nos plantões
têm mais de quatro anos de uso e estão quebrados", exemplificou.

Segundo Henrique, que também é coordenador da Comissão de Políticas
Públicas e Assistência Social dos Conselhos Tutelares da Cidade de São
Paulo, outro problema que precisa ser equacionado e está sendo
discutido pelos conselheiros é a dificuldade de encaminhamento de
crianças e adolescentes para centros de referência e abrigos.


Veja o decreto que cria sete novos conselhos tutelares --
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/14329


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